Lideranças da oposição acreditam que a troca do ministro das Relações Institucionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode prejudicar as articulações do governo para aprovar a matéria que prorroga a Contribuição sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011 no Senado. Ontem, o ministro Walfrido dos Mares Guia foi substituído pelo ex-líder do governo na Câmara, deputado José Múcio (PTB-PE).
Mares Guia foi denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, porque teria participado do chamado “mensalão mineiro”, durante a campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), para campanha ao governo do Estado em 1998.
O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, acredita que a troca de ministros, ainda mais das Relações Institucionais, pode ser mais uma dificuldade ao governo. “Não há dúvida (de que pode ser uma dificuldade). Isso pode ser mais um complicador no momento em que o governo tem pressa”, disse.
O líder do Democratas no Senado, José Agripino Maia (RN), comentou a “crise” instalada no Palácio do Planalto. Em sua opinião, independentemente de Múcio ser um bom articulador, o governo perde tempo.
“O governo vai ter que correr atrás do prejuízo. Com certeza eles vão perder tempo. Vão ter que reconectar os fios que já estavam ligados. Quem entra agora terá o dobro de dificuldades para gerar as crises”, disse.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), lembrou também que a troca pode trazer dificuldades para o governo pelo fato de Múcio não ter um bom trânsito com os senadores. “O Walfrido já não tinha o bom contato e o Múcio também não tem um bom diálogo com os senadores”, afirmou.
