O Tribunal do Júri de Votuporanga vai julgar cinco réus no próximo dia 14. Ricardo Vieira da Silva, Diesgneo Furtado da Costa, Flávio Eduardo Bonifácio Pena, Francis Amâncio dos Santos e Raimundo Pereira dos Santos Filho são acusados de tentativa de homicídio contra Wagner Monteiro, no dia 6 de abril deste ano. O crime ocorreu por volta das 14h30, na rua José Bernardes de Oliveira, bairro Matarazzo.
Ontem à tarde, o juiz Jorge Canil, presidente do Tribunal do Júri, coordenou o sorteio dos jurados que vão atuar nesse julgamento. Os nomes foram retirados da urna pela garotinha Laura Valério Chiozini, de 5 anos. De acordo com a denúncia oferecida pelo representante do Ministério Público, José Vieira da Costa Neto, os cinco, “previamente ajustados, agindo em concurso e com o mesmo propósito, mediante motivo torpe, tentaram matar Wagner Monteiro, efetuando diversos disparos de arma de fogo na sua direção”.
A vítima estava cumprindo pena na Penitenciária II de Bauru, por ter cometido um crime, acusado de homicídio, e conseguiu o benefício da saída temporária no feriado da Semana Santa. “Sabendo desse fato e provavelmente a mando de outras pessoas, os denunciados se reuniram e resolveram matar Wagner. Quando a vítima surgiu no referido local, Francis, empunhando um revólver, passou a disparar contra ela, provocando a sua fuga. Como os disparos não atingiram Wagner, Francis, juntamente com Ricardo e Diesgneo, passou a persegui-la”.
Continuando, o promotor diz que “Wagner correu pelas ruas, pulou muros, passou até por cozinhas de determinadas residências, sendo seguido o tempo todo pelos três, oportunidade em que Francis efetuava disparos na sua direção. É certo, ainda, que Wagner percebeu que os outros dois perseguidores, Ricardo e Diesgneo, também portavam armas de fogo. Enquanto isso, Flávio e Raimundo aguardavam o êxito da ação no veículo do primeiro, para, posteriormente, todos fugirem”.
Na extensa argumentação do promotor José Vieira da Costa Neto, consta ainda que “após essa ação, dois dos denunciados, ocupando o mesmo veículo, deram a volta no quarteirão e quando viram Wagner saindo ileso das residências por onde passara, determinaram que ele parasse, possibilitando, assim, a chegada dos outros com as armas e ocorresse o homicídio. Nesse momento, ainda ouvindo disparos de arma de fogo, Wagner continuou em fuga e conseguiu esconder-se numa residência em segurança”. Os denunciados não conseguiram acertar nenhum disparo em Wagner.
Um morador, que teve a residência invadida, conseguiu agarrar e segurar um dos perseguidores e logo após chamou a polícia, que, imediatamente, dirigiu-se para o local e logrou prender em flagrante todos os denunciados. “Segundo consta, o crime foi por encomenda torpe, ou seja, em maio de 2000, houve um motim na Penitenciária de Mirandópolis, no qual presos de determinada facção criminosa teriam estuprado as visitas e extorquido dinheiro de outros presos não ligados a qualquer movimento de reclusos. Como Wagner estaria entre esses outros presos referidos e teria reagido aos atos dos elementos da facção criminosa, foi jurado de morte”.
A facção criminosa, segundo o promotor é o PCC. Na ocasião da rebelião morreram dois integrantes da facção. “Então, aqueles que não eram do PCC, como no caso a vítima, tiveram a morte decretada pelos líderes”.
O advogados de defesa serão os seguintes: Manoel Aparecido Marques vai defender Raimundo Pereira dos Santos Filho; Silvânio Hortêncio Pirani defenderá Francis Amâncio dos Santos; Gésus Grecco será o defensor de Diesgneo Furtado da Costa; Douglas Teodoro Fontes vai advogar em favor de Ricardo Vieira da Silva; Aparecida Donizette Alves de Oliveira e Fábio Luiz Binatti atuará na defesa de Flávio. Os cinco estão presos no CDP de São José do Rio Preto.
