Um triatleta de 41 anos foi atacado por vários cães da raça pitbull e levou mais de 50 mordidas durante um treino de corrida, em Leme (SP), no domingo (27). Tiago Ferranti Belloube sofreu diversos ferimentos e foi levado para a Santa Casa, onde permanecia internado nesta terça-feira (29).
O g1 não conseguiu localizar o tutor dos cães. Um boletim de ocorrência foi registrado pela esposa da vítima. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública e aguarda posicionamento.
Ataque durante corrida
Segundo Vivian Ramos Carvalho dos Santos, o marido saiu para correr pela Estrada Municipal Luiz Fernando Marchi e, por volta das 9h30, entre seis e sete cães saíram de um canavial e atacaram o triatleta, perto do Jardim Nova Leme. O casal é de Ribeirão Preto e estava na casa da mãe de Vivian.
“Ele contou que estava exausto, não aguentava mais o tanto que teve que lutar para conter os animais. Ele falou que enfiava os dedos na boca e nos olhos dos cães, não tinha o que fazer os cachorros pararem”, disse a esposa.
O marido contou a ela que, sem forças, caiu duas vezes. Um veículo que passava pelo local no momento do ataque parou, mas o motorista não conseguiu sair do carro para ajudar devido à agressividade dos cães.
Outro motorista que dirigia uma Saveiro parou, e o triatleta conseguiu pular dentro da caçamba. Dali ele foi levado direto para a Santa Casa.
Ferimentos
De acordo com a esposa, o marido sofreu dilacerações nos membros inferiores e superiores. A maioria das mordidas foi no tornozelo e panturrilha da perna direita, no braço direito, cotovelo e nas costas.
“Os médicos falaram que já seria difícil sobreviver ao ataque de um cão. Com sete, foi por Deus ele ter sobrevivido”, disse a mulher.
O triatleta, que no domingo precisou de morfina para trocar os curativos, se recupera bem e continua internado para realizar uma bateria de exames. O objetivo é evitar uma infecção.
Danos e trauma
Os animais ficam em uma propriedade próxima à estrada. Vivian disse que vai acionar o advogado para entrar com uma ação.
“Além dos danos psicológicos e do trauma, Tiago é educador físico, tem grupos, e não vai poder dar aulas. Estamos longe da nossa cidade, estamos sem trabalhar. Vamos ver o que pode ser feito”, disse.
A estrada faz parte da rota de grupos de ciclistas e de pessoas que saem para caminhar. “A propriedade tem que manter os animais presos. Como o proprietário deixa sete cães ferozes soltos perto de uma estrada municipal? Vai esperar matar uma pessoa, uma criança para acontecer alguma coisa?”, questionou a esposa do triatleta.