

A Vara do Júri e do Juizado Especial Criminal de São José do Rio Preto pronunciou três homens para serem julgados pelo Tribunal do Júri, acusados de envolvimento em um homicídio qualificado e um crime de tortura ocorridos em maio de 2024. A decisão se deu no processo decidido no final do mês de abril de 2025.

Leonardo Almeida de Lima, conhecido como “Gordinho”, e Victor Renan de Almeida, o “Alemão”, responderão pelas acusações de homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de tortura e meio cruel, mediante emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima, além do crime de tortura. Alison Gustavo Pinheiro dos Santos, o “GTA”, será julgado pela acusação de tortura.
De acordo com a denúncia e as investigações, na madrugada de 11 de maio de 2024, a vítima David foi morta em São José do Rio Preto. No mesmo período, em outra área da cidade, a vítima Maycon foi submetida a violência e grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico e mental.
O processo de pronúncia revelou detalhes chocantes dos fatos. O corpo de David foi encontrado com sinais de tortura, mãos amarradas, e ferimentos de arma de fogo. Seu carro foi achado incendiado nas proximidades. A vítima Maycon, que sobreviveu, relatou ter sido atraído ao local por “Gordinho” sob o pretexto de receber dinheiro relacionado a uma dívida de drogas de David. Maycon foi rendido, espancado, baleado no pé, questionado sobre David e, posteriormente, baleado novamente em um canavial por “GTA” e outro indivíduo não identificado, após a chegada de “Gordinho” e “Alemão”.
Testemunhos, incluindo o da companheira de David, Priscila, e depoimentos de policiais que atenderam a ocorrência e participaram da investigação, corroboraram os fatos e a identificação dos acusados. Maycon reconheceu “GTA” e “Alemão”. Priscila reconheceu “Gordinho” e “Alemão”, relatando ter visto “Gordinho” com o rosto machucado após os fatos e confirmando que ele devia dinheiro a David. Laudos periciais e imagens de mensagens de celular também foram considerados.
Em defesa, os acusados negaram as acusações em juízo, com Alison alegando coação policial em seu depoimento inicial. Leonardo negou ser “Gordinho” e ter dívidas, afirmando estar em outra cidade no dia do crime.
Ao decidir pela pronúncia, a juíza considerou haver prova da materialidade dos crimes e indícios suficientes da autoria por parte dos acusados para submetê-los ao Conselho de Sentença. As qualificadoras do homicídio e o crime de tortura serão avaliados pelos jurados.
Alison Gustavo Pinheiro dos Santos e Victor Renan de Almeida permanecerão presos preventivamente durante o processo. Já Leonardo Almeida de Lima poderá recorrer em liberdade, pois já havia sido solto anteriormente no curso da ação.
A Justiça determinou que os réus pronunciados Alison e Victor Renan sejam recomendados nos estabelecimentos prisionais onde se encontram.
