sábado, 12 de outubro de 2024
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Treinados para situações extremas, equipes de resgate realizam até partos em rodovias de SP

Os profissionais das concessionárias responsáveis por diferentes trechos da malha viária paulista são treinados para diversos tipos de atendimento e suporte ao público. Operando 24 horas por dia, as equipes…

Os profissionais das concessionárias responsáveis por diferentes trechos da malha viária paulista são treinados para diversos tipos de atendimento e suporte ao público. Operando 24 horas por dia, as equipes prestam socorro mecânico, orientações, atendimento pré-hospitalar, entre outros serviços disponíveis nos postos de Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU). Em meio à rotina e intenso fluxo de veículos nas rodovias, há acontecimentos e histórias que marcam quem faz parte dessa rede de apoio.

Na última sexta-feira (4), na Rodovia dos Imigrantes, uma equipe de inspeção da concessionária Ecovias foi acionada pelo motorista Mário Jorge. O chamado, diferente dos habituais, era para socorrer a sua nora que estava em trabalho de parto. A família, que mora em Praia Grande, estava a caminho do Hospital dos Estivadores, em Santos.

Ao constatar a urgência, os colaboradores orientaram para que seguissem até a base de atendimento no km 62. Em seguida, foi mobilizado o Centro de Controle Operacional (CCO) para o envio de uma ambulância, que chegou rapidamente ao local para atender Isabelly Cristine Silva dos Santos. Às 12h53, menos de 20 minutos após o acionamento das equipes, ela deu à luz ao pequeno Henry, que nasceu na viatura.

De acordo com o pai do bebê, Fabrício Jorge Santos, que também estava no carro, o apoio dos profissionais foi fundamental para um final feliz. “Avistamos a equipe da Ecovias e decidimos pedir ajuda. O trânsito era intenso e precisávamos chegar rápido ao hospital. Somos gratos pelo excelente trabalho desses profissionais que Deus colocou em nosso caminho”, reforça Santos. Após o nascimento, a mãe e a criança foram encaminhadas ao Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande. O casal tem outro filho, Enzo, de três anos.

A coordenação entre as equipes de resgate, tráfego e o CCO garantiu o atendimento adequado. “Estar presente em um nascimento às vésperas do Dia das Crianças nos lembra a importância do nosso trabalho”, afirma Eliezer Correa, socorrista da Ecovias.

No domingo (6), os socorristas Geraldo Estevam Almeida da Silva e Ademir Rodrigues da Silva, da CCR SPVias, estavam de prontidão na base de Alambari (SP) quando, por volta das 14h, atenderam a gestante Renata. Ela e o marido, Lucas Rodrigues, moradores de Itapetininga, se dirigiam ao hospital em Pilar do Sul, mas devido às intensas contrações decidiram buscar ajuda na base da concessionária, às margens da Rodovia Raposo Tavares (SP-270).

Durante a viagem, as dores aumentaram e a bolsa estourou. “Fiquei com medo, mas aliviado por estarmos perto da base do resgate. A Cecília nasceu nos meus braços e, com o apoio fundamental da equipe da CCR SPVias, conseguimos aquecê-la, cortar o cordão umbilical, cuidar da minha esposa e seguir para a maternidade sem complicações. Foi tudo muito especial, ainda mais porque o socorrista Geraldo é meu amigo de infância. Ao vê-lo, soube que tudo ficaria bem”, relata o pai.

Casal Renata e Lucas com a pequena Cecília. Foto: Divulgação/Artesp

Mais histórias nas rodovias

O dia 24 de fevereiro também ficou registrado na vida de Alexsandro Pedro de Souza, 48 anos. Resgatista na concessionária Ecopistas, atuou no salvamento de uma criança engasgada com bolacha, junto ao socorrista Rafael de Oliveira. Era por volta das 16h e, no retorno de São Paulo para Taubaté, a mãe do pequeno Benício, de apenas três anos, percebeu que o filho estava desacordado no banco traseiro do veículo. Imediatamente, a família estacionou na altura do km 115 da Rodovia Carvalho Pinto, em Caçapava, para pedir ajuda na praça de pedágio.

Os profissionais estavam naquele momento no alojamento da base operacional, anexa ao pedágio, quando foram acionados para atender à ocorrência. “A primeira providência que tomamos foi montar o sistema de oxigênio para atender a criança na ambulância e se dirigir à unidade de Pronto Atendimento mais próxima”, relembra Souza. A manobra de Heimlich, própria para desengasgar, foi realizada a caminho do Hospital Fusan. Após os primeiros socorros, Benício expeliu o pedaço de bolacha, recuperou a consciência e começou a chorar. Todo o procedimento, entre socorrer a criança no pedágio e o desengasgo, durou cerca de 10 minutos.

Outro socorrista da Ecopistas, Leonardo Mateus dos Santos teve uma experiência única no dia 11 de março: realizou um parto no acostamento da Rodovia Ayrton Senna, região de Itaquaquecetuba. Já era fim de tarde quando um motorista parou o carro no posto SAU da concessionária, no km 28, para pedir ajuda à esposa que estava em trabalho de parto no banco do passageiro. Imediatamente, as equipes de socorro médico e tráfego deram suporte ao casal.

“Seguimos com a ambulância em direção ao hospital, mas, na altura do km 32, as contrações ficaram intensas e a cabecinha do bebê começou a aparecer. Decidimos parar no acostamento para realizar o parto do pequeno Cauã, que nasceu com o cordão umbilical envolvido no pescoço. Fiz as manobras necessárias, deu tudo certo e seguimos para a maternidade”, relembra Leonardo, que estava acompanhado do resgatista Emerson na condução da viatura.

Por áudio, a equipe médica contou na rede de comunicação que a mãe e o bebê estavam bem. Às 18h44, uma outra voz, visivelmente emocionada, informou sobre o nascimento. Era a do supervisor de tráfego da concessionária, Douglas Felipe Albiero Pinto. “Sempre tivemos várias ocorrências dessa natureza na rodovia, porém eu mesmo nunca tinha presenciado. Senti forte emoção, pois sou pai de três filhos e relembrei o nascimento deles. Muita coisa passa pela cabeça em um momento como esse”, comenta o supervisor, que também deu apoio à família e às equipes de resgate.

Além da emoção de terem participado da ocorrência, os profissionais reforçam a importância do SAU. “Foi um trabalho conjunto que fez a diferença na vida de uma família, mas que muitos desconhecem a infraestrutura que contempla as rodovias concedidas e que salva vidas todos os dias. Por isso, as pessoas devem ter sempre em mãos o telefone da concessionária por onde estão trafegando, pois assim o atendimento será muito mais rápido”, concluem.

Saiba mais sobre o SAU

As rodovias paulistas concedidas contam com 131 postos de Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU) ao longo de mais de 11 mil quilômetros de malha viária, que garantem suporte gratuito para situações emergenciais, como assistência mecânica e apoio médico, e estrutura para o descanso dos motoristas durante a viagem. Eles estão equipados com guinchos, ambulâncias e telefones de emergência 0800.

No primeiro semestre deste ano, foram realizados mais de 420 mil atendimentos com guincho, socorro mecânico, atendimento pré-hospitalar (ambulâncias), apreensão de animais e caminhão irrigadeira – utilizado para limpeza da via ou combate a focos de incêndio. As concessionárias também realizaram mais 348 mil inspeções de tráfego em rodovias, serviço que abrange desde a retirada de detritos na pista até o auxílio aos usuários que param no acostamento para emergências. Os dados são do Centro de Controle de Informações (CCI) da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP).

Sobre a ARTESP

ARTESP – Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo – regula o Programa de Concessões Rodoviárias do Governo do Estado de São Paulo há mais de 20 anos. Sob sua gerência, estão 21 concessionárias, que atuam em mais de 11 mil quilômetros de rodovias, o que representa quase 41,1% da malha estadual, abrangendo 335 municípios.

A Agência também fiscaliza o Transporte Intermunicipal de Passageiros, exceto nas Regiões Metropolitanas de São Paulo, de Campinas, da Baixada Santista, do Vale do Paraíba/Litoral Norte e Sorocaba. Dentre as ações, realiza auditoria de frota, garagem e instalações das empresas operadoras, ações fiscais ocorridas nos terminais rodoviários e nas rodovias para acompanharem a operação das linhas regulares, bem como para acompanharem a prestação do serviço de fretamento e transporte de estudante, além de coibir o transporte clandestino ou não autorizado. Além disso, a ARTESP é responsável pela regulação da concessão de 27 aeroportos regionais.

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