Aos 18 anos, um jovem canadense foi diagnosticado com a doença de Crohn, uma inflamação intestinal crônica que afeta o revestimento do trato digestivo. Devido à úlcera intestinal, Charlie Curtis precisou fazer transplante de fazes da mãe ao longo de quase 4 anos. O que não se esperava era que começasse a ter sintomas típicos da menopausa.
A doença afeta o intestino de forma crônica causando uma desregulação do sistema imunológico. E, como consequência, o paciente tem dores frequentes, sangramento retal e diarreias intensas. Geralmente o tratamento foca em evitar inflamações no corpo, através de dieta e remédios.
A saúde de Curtis chegou a um momento crítico quando ele tinha 20 anos. O rapaz perdeu quase 30 kg em um mês e chegava a ir ao banheiro até 40 vezes por dia. Desesperado com a situação, ele buscou por um tratamento ainda não reconhecido pela medicina: injetar pedaços de fezes da sua mãe em seu sistema digestivo.
“Parece algo extremo, mas eu repetiria 100 vezes se necessário fosse”, afirmou em uma entrevista ao documentário Designer $h*t.
As aplicações das fezes foram realizadas entre 2008 e 2012. O objetivo do transplante é renovar a microbiota do corpo, fornecendo mais bactérias saudáveis ao intestino. E, mesmo ainda não sendo comprovada a eficácia, vem crescendo o número de pacientes que realizam de forma experimental os transplantes de fezes para combater a condição.
O que não era esperado como resultado foram os sintomas inusitados que o rapaz começou a ter. A mãe estava passando pela menopausa e o rapaz também passou a ter as mesmas sensações características do período hormonal: ondas de calor e suor em excesso.
“Acho que o mais curioso de tudo, olhando de volta para aquele momento, foi perceber que meu filho começou a sentir o mesmo que eu, ele ficava vermelho como uma beterraba e suando. Foi como se ele tivesse tido a menopausa”, contou a mãe ao documentário Designer $h*t.
Não há relatos na literatura médica sobre hormônios presentes nas fazes que, neste caso, poderiam ter influenciado no funcionamento do organismo de Charlie.