As transações realizadas pelo Pix tiveram a maior queda desde a criação do sistema, reflexo das dúvidas geradas por novas regras da Receita Federal e pela disseminação de fake news.
Dados do Banco Central mostram que, entre 4 e 10 de janeiro de 2025, o número de operações foi de 1,25 bilhão, representando uma queda de 10,9% em relação ao mesmo período de dezembro. Este recuo é o maior já registrado no intervalo desde a implementação do sistema.
Especialistas apontam as fake news sobre uma suposta taxação e o aumento da fiscalização sobre movimentações financeiras estão entre os motivos para a redução. Informações falsas nas redes sociais sugerem que o Pix estaria sujeito a impostos ou que o sigilo bancário seria violado. No entanto, a Receita desmentiu essas afirmações, reforçando que a nova norma visa apenas aprimorar o combate à sonegação fiscal.
O Pix, lançado em novembro de 2020, rapidamente se tornou o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, superando cartões de débito e dinheiro em espécie. Até o final de 2024, o sistema registrava cerca de 6 bilhões de transações mensais, com um volume financeiro de R$ 2,5 trilhões. A recente queda contrasta com o crescimento consistente do Pix desde seu lançamento.
Segundo a Receita, a nova regra ampliou a obrigação de reporte de movimentações financeiras por instituições de pagamento, com limites mensais de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas. Essas informações são fornecidas ao órgão para identificar possíveis irregularidades fiscais, mas não especificam os tipos de transações realizadas.
Técnicos explicaram que a medida não visa penalizar pequenos comerciantes ou trabalhadores informais, mas focar em grandes esquemas de sonegação e atividades ilícitas. O aumento dos limites para declaração, de R$ 2 mil para R$ 5 mil, reflete esse objetivo.