O empate em 1 a 1 com a Suíça saiu com um gosto amargo para muitos brasileiros.
No Rio, dois locais concentraram torcedores, a Praça Mauá, no Centro, e o Alzirão, tradicional espaço de torcida nos jogos da seleção, na Tijuca, Zona Norte. Olhando o jogo em telões de alta resolução e com sistema de som de alta definição, a impressão era quase de se estar dentro de campo.
Após um primeiro tempo em que os rostos transmitiam alegria pela vitória parcial, com um Brasil dominante, o que se viu depois foi torcedores angustiados desde o início do segundo tempo, com o gol de empate da Suíça.
Ao final do jogo, o público escolheu dois responsáveis pelo empate: o juiz mexicano Cesar Ramos e o atacante Neymar, que pouco apareceu e deixou muito a desejar, proporcionalmente à expectativa que se tinha em cima dele, considerado pelo próprio técnico Tite como um dos “top três” do mundo, ao lado de Cristiano Ronaldo e de Lionel Messi.
“Não era o resultado que eu esperava. Achava que o Brasil ia ganhar. Acho que temos de nos recuperar no próximo jogo, porque este foi ruim. Neymar não apareceu. Não joga nada na seleção. Estava de salto alto”, protestou o funcionário público Marco Aurélio Pacheco, à saída do Alzirão.
Outros resolveram descontar no árbitro o mau desempenho brasileiro. “O juiz roubou para caramba. O árbitro de vídeo não serviu de nada. O juiz influenciou no resultado. Falta no lance do gol suíço e pênalti para o Brasil ele não deu. Neymar estava um pouco apagado, segurando muito a bola. Vamos ver no segundo jogo”, analisou Alan de Almeida Basílio, que trabalha com educação física.
“Eu esperava 2 a 1. Mas a Suíça foi muito forte. Achei o Brasil um pouco tímido, pelo futebol que vem apresentando. Tinha que ter vindo mais para cima”, disse Jéferson José Cabral, que trabalha no setor financeiro. “Eu esperava mais na estreia. A gente vai passar de fase, porque o grupo é fraco. Já o Neymar é muito estilo. Melhor é ele vir com a cabeça raspada e jogar um futebol melhor. Ele pensa muito na imagem. Se ele jogar bonito, vai aparecer mais do que o penteado”, cobrou Flávio Sampaio Sanchez, que também trabalha no setor financeiro.
O resultado foi tão decepcionante para alguns torcedores, que até a classificação para a próxima fase parece ameaçada. “Achei no início um jogo bom. O Brasil estava com a posse de bola, mas depois deu uma relaxada e se desestabilizou, ficou nervoso e desandou. Neymar não conseguiu mostrar jogo. Ele apanhou muito e não teve oportunidade de botar a bola para jogo. Eu não acredito que o Brasil vai passar de fase”, previu Andrezza de Souza Piccoli, funcionária pública.
Ela veio assistir ao jogo no Alzirão na companhia do amigo João Paulo Sabino de Morais, que mora no Recife. “O Brasil começou bem, estava dando muita pressão, mas relaxou e deixou a Suíça chegar. Este empate não teve cara de derrota, mas de vitória. O Brasil teve muita chance de gol, principalmente da metade para o final, e poderia ter saído vários gols. Foi mais uma questão de azar”, analisou João Paulo, que trabalha como desenvolvedor de software. Ao contrário da amiga Andrezza, ele diz ter certeza de que o Brasil vai participar da próxima fase.