O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) acatou recurso do Ministério Público de Araçatuba e aumentou as penas de Jonathan de Andrade Nascimento e Laís Lorena Oliveira Crepaldi por roubar, matar e esquartejar o advogado Ronaldo César Capelari, de 53 anos, em janeiro do ano passado na cidade. As informações são do jornal O Liberal Regional.
O TJSP reconheceu as agravantes relativas à dissimulação e emprego de meio cruel para o crime de latrocínio (roubo seguido de morte), atingindo a pena global. No caso de Jonathan, a pena passa de 29 anos e oito meses de prisão para 38 anos, seis meses e 20 dias. Já em relação à Laís, a 32 anos um mês e 16 dias de reclusão. Até então, a condenação era de 24 anos, oito meses e 20 dias de prisão.
As defesas dos dois tentaram as absolvições dos crimes de latrocínio e ocultação de cadáver. Por outro lado, o MP pediu o reconhecimento das agravantes.
Na decisão, o desembargador Toloza Neto afirmou que, pela análise do conjunto probatório, há a conclusão da prática dos crimes imputados aos réus.
“Possível verificar que os apelantes Laís e Jonathan concorreram e arquitetaram a ação delitiva no sentido de roubar bens e valores do ofendido, de forma que ela combinaria programa sexual com Ronaldo, em sua própria residência, e ali o renderiam e subtrairiam o que lhes era de interesse, acreditando na hipótese de que ele não divulgaria tal fato, em razão de sua profissão e por ser pessoa casada. Deram, então, início à empreitada criminosa tal qual como combinado por eles. No entanto, durante a execução do crime de roubo, os apelantes, após lesionarem gravemente o ofendido, deliberaram por matá-lo e, assim feito, caracterizado, portanto, o crime de latrocínio, optaram por esquartejar seu corpo e acondicionar as partes em sacos plásticos, visando facilitar a remoção do local para deles se desfazerem”.
Por fim, o desembargador reconheceu as agravantes empregadas durante o crime, já que laudos comprovaram que o advogado morreu somente no dia seguinte e, enquanto isso, vivenciou “intenso sofrimento e acentuada agonia, provida, portanto, a pretensão ministerial”.
CRIME
O advogado saiu da casa onde morava na noite do último dia 13 de janeiro e disse que iria para a aula de natação em uma academia. Horas se passaram, mas Ronaldo não tinha dado mais notícias, o que preocupou amigos e familiares dele.
Cerca de 12 horas depois, a caminhonete Chevrolet/S-10 foi localizada abandonada em uma estrada de terra na zona rural, entre Araçatuba e Birigui. Em um primeiro momento, as equipes da polícia localizaram marcas de sangue no interior do veículo.
Durante a noite do mesmo dia, o corpo do advogado foi localizado esquartejado, dentro de sacolas pretas, na residência de Laís, no bairro Água Branca, zona leste de Araçatuba. A partir de então, os investigadores tentaram encontrar a moradora da casa para prestar esclarecimentos.
No dia seguinte, a jovem se apresentou espontaneamente na delegacia. Em depoimento, ela disse que não estava no local no momento do crime, já que deixava o imóvel aberto. Essa versão não convenceu os policiais. Horas depois, a indiciada mudou a versão e confessou o crime. Ela contou que mantinha uma relação muito próxima com o advogado e o atraiu até a residência para roubá-lo com a ajuda de mais três rapazes. A situação teria saído do controle e eles decidiram assassinar a vítima. O trio chegou a ser preso.
Mas, Laís mentiu no depoimento e depois revelou que o trio não teria feito nada. Ela indicou o namorado, Jonathan, como aquele que anunciou o assalto, matou Ronaldo e esquartejou o corpo, já que não tinha forças para colocá-lo na carroceria da caminhonete. Com a mudança, os outros três rapazes foram liberados.