terça, 19 de novembro de 2024
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Típica do verão, salada vai ficar mais cara com ondas de calor

Se a sua receita para enfrentar os dias mais quentes inclui uma boa salada, prepare o bolso. Um tempero mais para o indigesto vai fazer parte do cardápio em dezembro…

Se a sua receita para enfrentar os dias mais quentes inclui uma boa salada, prepare o bolso. Um tempero mais para o indigesto vai fazer parte do cardápio em dezembro e no início do ano novo: o preço maior.

É que os produtos in natura – aqueles que vem direto das plantas ou animais sem passar por processamento, ou qualquer tipo de alteração – são diretamente atingidos pelas oscilações do clima. Uma parte do aumento, no caso da estação quente, é natural pelo período do ano – a tal da sazonalidade -, mas tem um ingrediente a mais para mexer com este cenário: as ondas de calor que se multiplicaram pelo país neste ano.

“Em outubro, os in natura subiram 0,73%. Já em novembro, a alta bateu em 1,17%. Qual foi a grande diferença de novembro? Nós tivemos 15 dias de calor muito intenso”, analisa Guilherme Moreira, Coordenador de Índices de Preços da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP).

Entre os dias 8 e 19 de novembro, as temperaturas subiram muito mais do que era previsto em grande parte do país. Não foi raro ouvir relatos sobre termômetros marcando mais de 40º — ou muito perto disso. Mesmo a capital paulista, que é o foco das apurações de preços da Fipe, teve 37,7º no dia 14 de novembro, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Foi a segunda temperatura mais alta desde 1943. E a oferta de produtos sente as consequências.

“Esses produtos são muito sensíveis à variação de temperatura e às chuvas. Por isso sofrem variações de preços muito intensas. E são muito perecíveis também. O que dificulta quando você tem um problema climático como o que aconteceu em São Paulo, dificulta você trazer de outras praças esses produtos pra cá. São muito perecíveis” , disse Guilherme Moreira.

O resultado direto é o aumento do preço. Veja abaixo alguns exemplos de elevações acima da média dos preços para a época.

A batata subiu 10,31% na primeira apuração de preços que a Fipe fez para o mês de dezembro. Mas, no ano, o produto tem queda acumulada de 10,85%.

Já a cebola subiu 42,42% na primeira apuração. Foi a alta mais expressiva entre os produtos In Natura em consequência das ondas de calor. No ano, a alta acumulada se transforma em queda de 25,78%.

O alface subiu bem, 15,76%. No ano, acumula alta de 33,55%.

Ondas de preços

As diferenças entre as altas fortes de preços do início de dezembro e o sinal negativo do acumulado — quando ele existe –, mostram o quanto essas oscilações de preços são bruscas em muitos casos: tal qual as “ondas”, do jeito que vem…vão. E nessa hora, o bolso do consumidor sente o alívio. “O que acontece normalmente é que, passando essa época, janeiro, fevereiro, março, esses aumentos importantes, eles são em parte devolvidos. Os preços não voltam necessariamente ao que eram antes, mas boa parte dos aumentos são devolvidos”, explica Moreira. É bom ficar de olho no preço ao final das temporadas, que tende a ser mais constante e revelador do que o consumidor realmente está pagando pelos produtos ao longo do tempo.

“Passando a onda de calor, a tendência é de que uma parte desses aumentos seja devolvida, foi o que aconteceu esse ano. Com alimentação, apesar dessa alta agora em novembro/dezembro, o acumulado da variação da alimentação foi bem abaixo da média da inflação do ano” – Guilherme Moreira, Fipe

Dessa vez, os alertas de altas temperaturas foram emitidos até o domingo (17.dez). A conferir os termômetros…e as tabelas de preços.

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