segunda, 23 de dezembro de 2024
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Testes cognitivos podem ajudar quem teve tumor cerebral

Estudo realizado por especialistas da Universidade de São Paulo (USP) em pacientes que retiraram tumores cerebrais no lobo frontal esquerdo (ligado a funções de linguagem) apontam que exercícios cognitivos ajudam…

Estudo realizado por especialistas da Universidade de São Paulo (USP) em pacientes que retiraram tumores cerebrais no lobo frontal esquerdo (ligado a funções de linguagem) apontam que exercícios cognitivos ajudam a melhorar a memória dessas pessoas.

A investigação foi realizada cientistas do Departamento de Neurologia e Radiologia do Hospital das Clínicas, ligado à Faculdade de Medicina da USP, e foi publicada no periódico internacional “PLoS One”.

O lobo frontal esquerdo está relacionado à capacidade de codificar e recordar novas informações, especialmente de conteúdo verbal (informações lidas e conversas), além de aplicar estratégias eficientes para melhorar o desempenho da memória.

Até então, não havia nenhum estudo que analisava o que poderia ocorrer no cérebro de pacientes com extensas lesões decorrentes da remoção de um tumor.

Metodologia
Foram avaliados nove adultos, com idade média de 38,8 anos. Eles foram submetidos a cirurgias cerebrais dois anos antes do experimento.

O grupo passou por exame de Ressonância Magnética Funcional antes e depois de uma sessão de treino de memória, na qual foram ensinadas estratégias de agrupamento semântico para melhorar a capacidade de recordar diversas listas de palavras.

De acordo com os especialistas, ficou comprovada uma melhora significativa nas tarefas de memória, associada a uma maior ativação ou recrutamento da região do giro frontal inferior no hemisfério ou lado direito do cérebro.

O treino também foi administrado em um grupo controle de voluntários saudáveis em paralelo ao experimento com os pacientes, com idade e escolaridade próximas. Os voluntários saudáveis demonstraram melhora da capacidade de memorizar novas informações após o treino e esta melhora estava associada a uma maior ativação especialmente das regiões do lobo frontal esquerdo.

Segundo Eliane Miotto, neuropsicóloga do Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas e uma das autoras do estudo, ainda não há medicamentos capazes de restabelecer o funcionamento pleno da memória em pacientes com lesões cerebrais. Por este motivo, tem se buscado novas alternativas de tratamento para os problemas de memória, dentre elas, o treino cognitivo.

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