Hospitais têm até o fim do ano para começar a fazer o teste da linguinha em todos os bebês nascidos no país. O teste identifica problemas que podem resultar em dificuldades na fala, sucção, deglutição e mastigação.
O exame pode verificar inclusive se há a necessidade de cirurgia para corrigir possíveis irregularidades no frênulo lingual, a estrutura que liga a parte inferior da língua à boca.
A lei 13.002/14, sancionada em junho, obriga hospitais a fazerem o teste rotineiramente nos recém-nascidos. A medida nasceu de projeto do deputado Onofre Santo Agostini, do PSD de Santa Catarina, que fala da sua importância.
“Muitos não dão valor, mas hoje temos pessoas adultas que têm dificuldade para falar. O teste da linguinha é para verificar a chamada linguinha presa. O próprio médico ou fono vai verificar se a crianças tem a linguinha presa. A linguinha presa dificulta a amamentação, a dicção, várias dificuldades.”
A criadora do exame, a fonoaudióloga Roberta Martinelli, diz que corrigir a língua presa já na maternidade pode evitar problemas sérios.
“É uma das maiores causas de desmame precoce inicialmente. E, futuramente, é uma das maiores causas de problemas de fala. É aquele bebê que cansa para mamar, é um bebê que mama de hora em hora porque ele tem fome, porque ele não consegue se saciar numa mamada só, apresenta estalinhos de língua para sugar o peito da mãe e o bico vai escapando da boca do bebê”.
A Sociedade Brasileira de Pediatria, por outro lado, argumenta que a língua já é avaliada rotineiramente no primeiro exame físico do bebê e não será necessariamente uma alteração no frênulo lingual que vai gerar consequência imediata para o recém-nascido. A entidade chegou a divulgar um parecer contrário à obrigatoriedade do exame, no início do ano.