domingo, 22 de setembro de 2024
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Tesouro diz que aumento da dívida vem por decisões acertadas

Em sua última entrevista à frente do Tesouro Nacional, o secretário Arno Augustin afirmou nesta segunda-feira (29) que o aumento recente da dívida pública decorre de decisões acertadas do governo…

Em sua última entrevista à frente do Tesouro Nacional, o secretário Arno Augustin afirmou nesta segunda-feira (29) que o aumento recente da dívida pública decorre de decisões acertadas do governo em reforçar as reservas em dólar e colocar dinheiro nos bancos públicos.

A redução da dívida bruta do governo, que está hoje em 63% do PIB (Produto Interno Bruto) é uma das metas da nova equipe econômica. O aumento desse endividamento é alvo também de críticas do mercado e organismos internacionais.

O primeiro fator de ampliação da dívida, segundo Arno, foi o aumento das reservas em dólar. Ao comprar esses recursos, o Banco Central injeta reais na economia nacional e, em seguida, vende títulos públicos para retirar esse dinheiro do mercado.

RESERVAS E BANCOS

As operações do BC com títulos passaram de 7% do PIB em novembro de 2007 para 17% em novembro de 2014. Esse aumento reflete também a retirada de dinheiro do mercado por conta de outros fatores, com liberação de recursos dos bancos retidos no BC (compulsórios).

A dívida também cresceu por conta da injeção de recursos no BNDES (banco estatal de desenvolvimento), um efeito “que é bem menor que o das reservas”, segundo Arno.

Nesse caso, o valor na comparação com o PIB subiu no mesmo período de praticamente zero para 9%.

“O Brasil, por ter um nível de reservas altas, recolhe essa liquidez por meio de operações compromissadas [do BC]. Esse é o fator principal de diferença entre a dívida bruta e líquida. Há um efeito do BNDES que é bem menor que o das reservas e que também é positivo para a economia.”

A dívida líquida, ao contrário da bruta, desconta o valor das reservas internacionais e está hoje em 36,2% do PIB.

DEFESA DA ÁREA FISCAL

O secretário também defendeu as decisões do governo na área fiscal neste ano e afirmou que elas vão garantir a retomada do crescimento econômica a partir de 2015.

Disse ainda que a meta da nova equipe dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, um superavit primário de 1,2% do PIB não está muito distante do que o governo fez nos últimos anos.

Os resultados dos últimos anos, na verdade, foram até maiores que meta para 2015, mas têm sido considerados como “maquiados” por manobras contábeis por agentes do mercado. Nem mesmo o BC trabalha com os números do Tesouro para fazer suas projeções sobre o efeito dos gastos do governo sobre a inflação.

“Foi uma decisão de trabalhar com fiscal pior, no sentido de que isso pudesse auxiliar na retomada do crescimento econômico. Para que a atividade econômica pudesse não sofrer ainda mais”, afirmou Arno.

“O ano atípico é o de 2014. O primário de 2015 não é fora do que tem sido dado. É um primário normal. Ano de início do governo é sempre ano de ajuste”, afirmou o secretário.

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