Misture sombrinha de frevo, pandeiro, alfaia, bateria eletrônica, blocos para empilhar, cones sinalizadores e um carrinho de mão. Eis o espetáculo Canteiro de Obra, da Cia Dança Brasílica, apresentado no próximo dia 09 (quinta-feira), às 20h, no Teatro Merciol Viscardi, com entrada gratuita.
Contemplada pelo ProAC do Governo do Estado de São Paulo, o evento tem apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Fernandópolis.
No auditório, o diretor e intérprete Deca Madureira explora o espaço com seus objetos à mão, envolvendo o público com experimentações sonoras e rítmicas baseadas em uma construção civil. A plateia se surpreende com um operário que mergulha na sua rotina e utiliza suas essências culturais e artísticas como ferramentas criativas, construindo seu entorno e reconhecendo a ele próprio.
O espetáculo é baseado na observação do artista de um grande número de migrantes nordestinos em terreiros de obras, serviços de limpeza e outros trabalhos em São Paulo. Ele questiona: “Por que imigrantes nordestinos, independente da área de atuação e do tempo em que vivem na cidade, são muito lembrados pela sua origem geográfica e nem tanto pelo papel que desempenham em uma sociedade?”.
Deca Madureira – Formou-se bailarino, ator e coreógrafo pelo Balé Popular do Recife, companhia da qual seu pai é fundador e diretor. Permaneceu na entidade por mais de 10 anos, até se tornar diretor artístico e participar da criação da Cia Grial de Dança, dirigido por Ariano Suassuna em A Demanda do Graal Dançado. Em 2003, chega à São Paulo em busca de carreira independente, atuando na Pia Fraus de Teatro e Cia da Tribo. Em 2005, funda a Cia Brasílica, tendo como repertório O Poder da Música e a Serpente Encantada, Kamaleoas e Canteiro de Obra.