Aos 15 anos, com máquina caseira e na década de 90, veio a primeira tatuagem. Nos anos 2000, ele diz que já estava com “altas tattoos” e, a partir daí, foi um pulo para começar as modificações no corpo, até se transformar no Orc Infernall, personagem de filmes que é uma criatura grande, forte, deformada e maligna. Casado com a mulher-morcego há 2 anos, eles já fizeram mais de 100 procedimentos um no outro e percorrem o Brasil fazendo tatuagens, piercings e modificações nas pessoas.
“Em 2013 foi o ano que comecei a tatuar o rosto e logo já fiz a eyeball, que é a pintura nos olhos. Depois, fiz a tongue splitting, que é o corte na língua e também coloquei vários implantes subdérmicos no corpo, abrindo o lóbulo da orelha, além do alargamento do nariz e boca. Só que fui me modificando sem ter um objetivo e a ideia do Orc é bem recente, tem seis meses que eu idealizei e comecei a estudar mais sobre o personagem”, afirmou ao G1 o tatuador.
Ao ter certeza do que queria, o tatuador diz não ter nem mais “nome físico” e se reconhecer apenas como Orc Infernall. “Quem faz os procedimentos em mim é a minha esposa e eu faço os dela. Teve todo um estudo até eu me tatuar todo de preto. O mais difícil seriam as presas, mas é aí que entrou uma profissional muito importante. Há 3 meses, ela colocou e foi o momento que eu vi meu Instagram pular de 600 para mais de 20 mil seguidores, por exemplo. Virou uma loucura e estou recebendo várias propostas”, disse.
Atualmente, aos 41 anos, Orc disse que pretende continuar com o projeto e colocar mais duas presas ao lado das que já estão na boca. “Eu deletei todas as fotos minhas de quando mais jovem. A ideia é ser o Orc mesmo, um renascimento, um novo ser. Tenho uma filhinha de 6 anos, ela vive no universo colorido dela e está sempre aqui no estúdio conosco. Sinto que ela é minha maior fã e está sempre perguntando que dia vou fazer mais modificações”, contou.
Sobre o restante da família, ele diz que possui algumas dificuldades de relacionamento, porém, convive bem com a maioria dos parentes. “Meu pai é um pouco mais liberal. Meu irmão é militar, mais sério, só que aceita e nunca me julgou. Tive mais problemas com a minha mãe, que é mais conservadora. Ela some e depois aparece, mas, estamos nos acertando e estou até pensando em passar a virado do ano em Iguatemi”, comentou.
Também aos 15 anos, a mulher-morcego fez a primeira tatuagem no corpo. “Fui fazer com uma prima e fiquei apaixonada. Mas, na época eu não tinha muito acesso e fui fazendo tudo aos pouquinhos. Há 2 anos, quando conheci o meu marido e nos casamos, tudo mudou e entrei de corpo e alma neste universo. Tive a oportunidade de me tatuar, de me modificar mais e fiquei super alegre”, relatou a tatuadora, de 25 anos e que também não quer ser identificada pelo nome.
Assim como o marido, a amazonense conta que tinha o sonho de fazer a pintura nos olhos. “Ele fez em mim e daí consegui colocar os dois implantes na testa. Meu esposo fez esse procedimento em mim e também das orelhas de morcego, foi quando me autointitulei a mulher-morcego. Agora eu planejo fazer várias modificações para ficar o mais próximo possível de um morcego. Ainda tem dentes e várias tattoos que pretendo fazer com meu esposo, que me ensinou também esta profissão”, comemorou.