sábado, 25 de janeiro de 2025
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Tarcísio recua e passa a defender câmeras corporais da PM: “Eu estava errado”

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta quinta-feira (5) que não apenas manterá o programa de câmeras corporais nas fardas da Polícia Militar, como pretende ampliá-lo….

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta quinta-feira (5) que não apenas manterá o programa de câmeras corporais nas fardas da Polícia Militar, como pretende ampliá-lo. A declaração ocorre após uma série de casos recentes de violência policial que geraram indignação pública. O bolsonarista admitiu que sua visão anterior sobre o uso do equipamento estava equivocada.

“Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Hoje estou convencido de que as câmeras são um instrumento de proteção da sociedade e do policial. Vamos manter, ampliar e buscar o que há de melhor em tecnologia”, afirmou o governador. Na gestão de Tarcísio, a Polícia Militar aumentou em 98% o número de mortes em relação ao governo anterior, de João Dória (PSDB).

Atualmente, as câmeras corporais usadas pela PM paulista gravam automaticamente, mas o governo estuda adotar modelos que permitam ativação manual, buscando maior flexibilidade no uso do equipamento.

A mudança no discurso ocorre em meio a uma crise na segurança pública paulista. O caso mais recente de violência policial ocorreu no domingo (1º), quando um soldado foi filmado jogando um homem de uma ponte na zona sul da capital. O agente está preso por ordem da Justiça Militar.

Outros episódios também chocaram a população, como o assassinato de um estudante de medicina, baleado a queima-roupa durante uma abordagem, e a agressão de uma mulher de 63 anos em Barueri, após seu filho sofrer um golpe de mata-leão, proibido pela corporação.

Entre janeiro e novembro de 2022, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo contabilizou 355 mortes causadas por policiais. No mesmo período, em 2024, a pasta comandada por Guilherme Derrite (PL) registrou 702 assassinatos.

Confrontado sobre os casos, Tarcísio anunciou que a reciclagem de 100% da tropa será uma prioridade imediata. “Quando policiais se envolvem em ocorrências como as de Barueri, eles são recolhidos à Corregedoria. Vamos repassar os treinamentos, publicizar os procedimentos e garantir que esses sejam internalizados por toda a corporação”, declarou.

O governador reconheceu que há problemas estruturais e de conduta na Polícia Militar. “É hora de ter humildade e admitir: tem algo que não está funcionando. O discurso de segurança jurídica para combater o crime não pode ser confundido com salvo-conduto para descumprir regras. Isso não será tolerado”, enfatizou.

Segundo o bolsonarista, transgressões disciplinares e falhas no treinamento são preocupantes e chocam tanto a sociedade quanto os próprios gestores de segurança pública. Dados do Ministério Público mostram que mortes cometidas por policiais militares no estado aumentaram 46% até 17 de novembro deste ano, em comparação a 2023, ampliando a pressão sobre a gestão.

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