Candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas afirmou que a Assembleia Legislativa de São Paulo, a Alesp, deve punir o deputado Douglas Garcia por ter ofendido a jornalista Vera Magalhães, na madrugada desta quarta-feira (14).
O candidato disse que não pode falar em nome do Republicanos, partido ao qual ele e Garcia são filiados e que faz parte da chapa de Jair Bolsonaro (PL) na disputa pela reeleição.
“Eu não posso falar pelo partido, mas eu acho que esse tipo de atitude tem que ser punida severamente. Inclusive, pela Alesp”, disse Tarcísio, durante agenda em Presidente Prudente.
Mais tarde, ao blog da Andréia Sadi, Tarcísio disse que não acharia absurda a expulsão de Garcia pelo Republicanos. “Traição de confiança”, disse o candidato.
Em nota, o diretório de São Paulo do Republicanos afirmou repudiar a conduta do deputado e que iria convocá-lo para dar explicações.
Na noite de terça-feira (13), Tarcísio participou de debate na TV Cultura. Ao fim do encontro entre os candidatos, o deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos) ofendeu e atacou a jornalista Vera Magalhães.
Vera, que é colunista do jornal O Globo, comentarista da rádio CBN e apresentadora do programa Roda Viva, da TV Cultura, estava na área reservada para jornalistas quando foi abordada por Douglas Garcia.
Com o celular em punho, o deputado bolsonarista se aproxima de Vera e diz que ela é “uma vergonha para o jornalismo” e a intimida (veja no vídeo abaixo). A frase é a mesma usada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para atacar a jornalista no debate da Band entre candidatos à Presidência, no fim de agosto.
O episódio na TV Cultura não é a primeira polêmica que envolve Garcia. O deputado estadual teve o mandato suspenso por divulgar informações falsas. Garcia já foi condenado após divulgar dados pessoas de opositores do governo Bolsonaro e foi alvo de uma representação no Conselho de Ética da Alesp por dizer que mulher trans é “homem que se acha mulher”.
Deputado entrou na TV com credencial concedida pela equipe de Tarcísio
Garcia entrou na TV Cultura com uma credencial concedida pela equipe de campanha de Tarcísio. Ele é do mesmo partido do candidato de Bolsonaro ao governo de SP e possui fotos junto do ex-ministro, tanto em suas redes sociais como em material de campanha.
“Ontem à tarde, o deputado entrou em contato com a equipe e pediu uma credencial. A gente, obviamente, pensa o seguinte: é um deputado estadual, é um parlamentar, é uma pessoa até do meu partido. Vamos dar a credencial porque, com certeza, está querendo ir lá prestigiar, torcer. Esse era o nosso sentimento. E o que a gente presenciou é absolutamente reprovável, lamentável”, afirmou Tarcísio em Prudente.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), que estava ao lado de Tarcísio no evento em Prudente, não comentou o assunto. Outros presidenciáveis condenaram a atitude de Douglas Garcia.
O jornal “O Globo” e a rádio CBN divulgaram nota em apoio à jornalista Vera Magalhães em que classificaram o ataque como “inaceitável sob todos os aspectos”.
“Não há espaço para esse tipo de ataque contra profissionais de imprensa em um ambiente democrático. Ao ofender e constranger a jornalista, uma das mais respeitadas do país, o deputado desferiu um atentado à imprensa livre”, diz a nota divulgada pelo veículos de comunicação.
Presidente do Conselho de Ética da Alesp promete apurar denúncias
Dois deputados estaduais do PT de São Paulo vão pedir a cassação de Douglas Garcia na Assembleia Legislativa de São Paulo, a Alesp. A informação foi divulgada no blog da Andréia Sadi.
“A postura do parlamentar é incompatível com o Estado Democrático de Direito e o seu comportamento perante a jornalista Vera Magalhães representa um grave desrespeito com as mulheres”, disse Emídio de Souza.
O Conselho de Ética da assembleia divulgou nota em que diz que “repudia condutas ofensivas e desrespeitosas, sempre prezando pelo respeito, diálogo e tolerância entre todos” e que irá apurar as denúncias em relação à conduta do deputado Douglas Garcia “com transparência e celeridade”. O texto é assinado pelo presidente do Conselho, deputado estadual Carlão Pignatari (PSDB).