O troféu mais cobiçado do mundo está no centro das atenções na Rússia. A Taça Fifa é objeto de desejo de craques como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar.
Apesar do enorme talento destes três jogadores, eles não podem tocar o troféu porque se trata de uma honraria que só cabe aos campeões mundiais e chefes de Estado.
Mas não é porque não podem tocá-la que os torcedores não têm vontade de ver a taça de perto. De janeiro até maio, o troféu esteve em 51 países, em todos os continentes, em uma turnê bancada pela Coca-Cola, um dos patrocinadores globais da Copa na Rússia. Foram percorridos 150 mil quilômetros no roteiro, mas desta vez ela não esteve no Brasil porque a Fifa preferiu privilegiar outras localidades.
Em cada lugar, a taça chega com segurança reforçada e geralmente campeões mundiais participam da cerimônia de promoção. Ela costuma ficar exposta dentro de uma caixa de vidro, com vigilância 24 horas por dia. Então o público forma longas filas e espera por um bom tempo até poder passar na frente do troféu e tirar fotos. Em todos os locais é um evento concorrido.
Depois de toda essa viagem pelo mundo, a taça voltou para a Rússia – a largada foi dada lá – e já está em Moscou, onde chegou no início do mês e ficou exposta ao público no Parque Gorki e na Praça Pushkin. Vai permanecer na capital russa até o dia 15 de julho, quando será disputada a final do evento no estádio Lujniki, e poderá ter mais um nome gravado na base.
A cada edição da Copa, o nome do campeão é inscrito na parte de baixo do troféu. A contagem começou em 1974, quando a relíquia estreou no lugar da Taça Jules Rimet, que ficou em posse definitiva do Brasil. Estima-se que exista espaço para os vencedores até a Copa de 2038. Depois, provavelmente a Fifa criará uma outra versão.
Ao contrário da Jules Rimet, que ficaria em definitivo com quem a conquistasse por três oportunidades, a Taça Fifa não possui uma regra própria e cada seleção vencedora ganha a posse provisória dela até o próximo Mundial. O campeão recebe uma réplica. Até por causa disso, seu valor é incalculável.
O projeto do escultor italiano Silvio Gazzaniga, que faleceu em 31 de outubro de 2016, superou o de outros 52 artistas para dar forma à peça. Segundo o criador, ele representa o mérito dos atletas, pois “os dois jogadores levantam os braços na alegria da vitória, com a emoção de estar no topo do mundo”. O troféu logo se tornou emblemático ao ser levantado por Franz Beckenbauer, capitão da Alemanha na Copa do Mundo de 1974.
O gesto foi repetido por Daniel Passarella, Dino Zoff, Diego Maradona e Lothar Matthäus até chegar pela primeira vez nas mãos de um brasileiro: Dunga, que em 1994 era o capitão do Brasil. Claro que outros três já haviam feito isso antes, mas era com a Taça Jules Rimet. Depois disso, Cafu também teve a honraria, em 2002, e na contagem ainda estão França, Itália, Espanha e, novamente, a Alemanha, vencedora da última edição quatro anos atrás.
Com sua escultura em forma de troféu, Silvio Gazzaniga quis que ela representasse o esforço do jogador para expressar, simultaneamente, harmonia, simplicidade e paz. Ele se inspirou em duas figuras fundamentais: o atleta triunfante e o mundo. Agora é esperar até o fim da Copa, marcado para o dia 15 de julho, em Moscou, para ver quem será o capitão que colocará as suas mãos na mais cobiçada taça do futebol.