

O segurança particular Keven Igor Silveira de Novaes, de 26 anos, foragido há 10 dias e acusado de matar o empresário Geovani Svolkin, de 30, durante uma briga generalizada em um bar de São José do Rio Preto, quebrou o silêncio e negou ter atirado na vítima pelas costas.

Em depoimento exclusivo à imprensa, Keven alegou ter agido em legítima defesa de terceiros. “Eu jamais atiraria em alguém pelas costas. Usei da força moderada — a arma — para salvar meus pais, que estavam sendo brutalmente agredidos”, afirmou.
Apesar da versão, o delegado Marcelo Ferrari, do 1º Distrito Policial, informou que irá indiciar o segurança por homicídio qualificado por motivo torpe e fútil.
Arma Pertencente ao Pai
A arma utilizada no crime é uma pistola calibre .40 e pertence ao pai do suspeito, Devair Barbosa de Novaes. O pai também será indiciado por porte ilegal de arma de fogo. Embora seja Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e a arma seja registrada, o delegado explicou que o armamento possui autorização restrita.
“A arma […] deve ser utilizada apenas em caças ou em práticas de tiro — não pode ser transportada em um carro, tampouco emprestada ou usada da forma como ocorreu”, detalhou Ferrari.
O advogado criminalista Renato Marão, que defende Keven, entregou a pistola e a camiseta rasgada do cliente à polícia. Marão também apresentou laudos do Instituto Médico Legal (IML) que comprovam que os pais de Keven sofreram lesões graves durante as agressões.
A defesa sustenta que a ação foi em legítima defesa, pois Keven viu seus pais sendo atacados. O advogado alega ainda que a vítima fatal, Geovani, agiu para proteger o irmão, que teria iniciado as agressões dando um chute em Keven no momento em que ele e a família deixavam o local.
Detalhes da Investigação
O delegado Marcelo Ferrari confirmou que a briga começou dentro do bar por ciúmes. Um desentendimento entre o irmão de Geovani e sua namorada evoluiu quando ela dançou em frente à mesa de Keven. Seguranças contiveram a situação e pediram que Keven e sua família fossem embora.
Contudo, o delegado destacou que Keven “perdeu a razão” ao reagir com a arma. “Ele não podia ter pegado a arma. Quando fez o primeiro disparo, a vítima colocou o braço na frente — o que indica que tentava cessar a briga. Depois, Keven perseguiu a vítima em volta de um carro e a atingiu pelas costas”, explicou Ferrari.
O resultado dos laudos do IML, que podem comprovar a trajetória do projétil, é aguardado nos próximos dias e será crucial para a conclusão do inquérito. O delegado também afirmou que todos os outros envolvidos na briga generalizada serão responsabilizados por lesão corporal.













