ACIF orienta empresários a consultar contabilistas antes de mudar para novo sistema
Termina no próximo dia 31 de janeiro o prazo para que empresas optem pelo Simples. Quem decidir migrar para esse sistema de tributação, estará automaticamente no Supersimples a partir de junho. No entanto, apesar de anunciado pelo governo federal como a tábua de salvação para as empresas brasileiras, o Supersimples tem gerado discussão e, segundo grande parte dos contabilistas, não será tão vantajoso quanto se esperava.
A principal modificação introduzida pelo Supersimples é a inclusão de alguns setores da prestação de serviços neste sistema tributário, como academias de dança e webdesigners. No entanto, dependendo do número de funcionários, a empresa acaba pagando mais em impostos ao aderir ao Supersimples do que se continuar no regime de tributação pelo lucro presumido ou real.
“A grande vantagem do Simples, atualmente, é que as empresas ficam livres da tributação sobre a folha de pagamento. Mas com o Supersimples, o sistema de tributação muda, já que o governo alterou as tabelas. Só vai compensar aderir a esse regime se a empresa tiver pelo menos 40% de seu faturamento comprometido com a folha de pagamento”, explica Jocelir Nunes de Oliveira, contabilista de Fernandópolis que é delegado do Conselho Regional de Contabilistas.
Segundo estudos feitos pelos contabilistas, quanto maior o número de empregados, menor será a carga tributária do Supersimples. “A lei ainda está confusa e com a mudança nas faixas de tributação, as vantagens ficaram relativas. O governo deu com uma mão e tirou com a outra. Mas temos que estudar caso a caso. Em cada empresa é uma situação. É preciso pensar e colocar tudo no papel antes de mudar o sistema de tributação”, aconselha Oliveira.
Na Associação Comercial e Industrial de Fernandópolis, a orientação para os empresários é que procurem os escritórios de contabilidade. De acordo com Geraldo Pedro Paschoalini, gerente da ACIF, “são os escritórios de contabilidade que têm condições de discutir com os empresários e fazer uma análise completa para a adesão ou não ao Supersimples”.
O lançamento do Supersimples fez parte de um pacote de modificações introduzidas pelo governo no intuito de acalmar os ânimos enquanto não faz a já prometida ampla reforma tributária. Segunda pesquisa feita em dezembro pela Ipsos Public Affairs e publicada pelo jornal Folha de S.Paulo na última semana, na opinião de 57% da população, os impostos cobrados pelo governo são vistos como o maior obstáculo na criação de empregos. Em segundo lugar vêm os juros, outro desafio que o governo Lula enfrentará nesse segundo mandato.