domingo, 24 de novembro de 2024
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Superfungo: Estado de SP registra 1º caso de Candida auris

Campinas (SP) confirmou na tarde desta quarta-feira (7) que identificou o primeiro caso de contaminação pelo superfungo Candida auris. O paciente é um bebê prematuro internado no Hospital da Mulher…

Campinas (SP) confirmou na tarde desta quarta-feira (7) que identificou o primeiro caso de contaminação pelo superfungo Candida auris. O paciente é um bebê prematuro internado no Hospital da Mulher da Unicamp (Caism) e o diagnóstico foi em 18 de maio.

Trata-se também do primeiro e único caso registrado em São Paulo na história, segundo a Secretaria de estado da Saúde. “Todas as medidas de prevenção e controle foram implementadas pelo hospital. A Vigilância Sanitária monitora a investigação e as medidas implementadas”, diz texto da assessoria da pasta ao mencionar que a unidade pode continuar a fazer partos e atendimentos a pacientes.

O paciente apresenta boa evolução clínica, em que pesem condições associadas à prematuridade e baixo peso, informou o Caism. “Essas condições são comuns a recém-nascidos prematuros e não estão diretamente relacionadas à infecção”, diz nota enviada pelo hospital à EPTV.

Medidas de contenção
O Caism destacou que desde aquela data tem realizado ampla investigação entre outros pacientes do hospital e até o momento não registrou novos diagnósticos positivos para o agente patológico. Além disso, mencionou que novos rastreamentos estão em andamento para confirmar o resultado prévio.

“Como princípio metodológico de redução do risco de disseminação do fungo, o hospital adotou precaução de contato no tratamento de bebês que tenham sido atendidos por profissionais com histórico de contato direto com o caso fonte”, destaca outro trecho da nota.

Ainda de acordo com o Caism, com exceção do bebê contaminado com o superfungo, as demais crianças em precaução de contato não apresentaram resultado positivo para o fungo.

“Iniciar essa medida frente à simples hipótese de infecção ajuda a conter a disseminação de patógenos e a proteger pacientes e profissionais da saúde”, diz texto ao mencionar que o caso já foi notificado às autoridades sanitárias competentes para inclusão em boletins sobre o assunto.

Riscos
Segundo especialistas, o fungo pode não oferecer risco às pessoas saudáveis, mas pode levar à morte quem tem sistema imunológico debilitado. O Candida auris foi identificado pela primeira vez no Japão, em 2009, e depois se espalhou por países na Europa, África, Ásia, Oceania e das Américas.

O primeiro caso foi identificado no Brasil em 2020, e neste ano há registro de surto em Pernambuco.

As regiões do corpo onde o Candida auris costuma ficar são: ouvidos, narinas, axilas e virilhas. Nesta fase, não há sintomas. Mas, um machucado, uma ferida na pele ou o uso de algum tipo de catéter no hospital pode dar a chance de que esses fungos entrem no corpo, atinjam a corrente sanguínea e provoquem uma infecção. Em casos graves, podem até prejudicar órgãos como o coração e o cérebro. É quando o paciente pode ter febres, calafrios e o agravamento de doenças que o levaram ao hospital.

Cuidados
O Caism destacou que adotou outros cuidados sobre limpeza e orientações após confirmar o caso:

Limpeza e desinfecção do local de internação e dos equipamentos médico-hospitalares com produto à base de peróxido de hidrogênio;
Reforço da orientação das equipes assistenciais quanto às técnicas adequadas de higienização das mãos e de paramentação (luvas, toucas, aventais, etc.);
Realização de limpeza concorrente do local de internação no mínimo a cada 3 horas. Ou seja, em vez da limpeza terminal, feita após alta do paciente ou transferência dele para outra área, a concorrente é realizada durante a permanência do paciente no ambiente de cuidados de saúde;
Designação de artigos e produtos para saúde exclusivos para o paciente durante internação;
Redução do número de visitas ao bebê que teve contaminação. Os visitantes têm recebido reforço das orientações sobre higiene das mãos, uso de avental e luvas; as coletas de leite são na mesma sala onde a criança está internada, com a supervisão e orientação da equipe de enfermagem; e a movimentação dos pais dentro do hospital é mínima e indispensável.

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