Muitos setores políticos e parte da mídia se mostram peocupados com a movimentação silenciosa e imperceptível que ocorre no seio do PT com vistas à garantir um novo mandato para o presidente Lula. Mesmo tendo o presidente já reiterado, assegurado que não deseja candidatar-se à um novo pleito, parte do PT teme um insucesso da candidata chapa-branca, Dilma Roussef nas eleições presidenciais frente ao eventual candidato do PSDB, o governador paulista José Serra que vem se movimentando igualmente na surdina para assegurar primeiro, sua indicação do partido e para tanto acaba de tirar de sua frente o ex-governador Geraldo Alkmin. Por sua vez, o presidente do PSDB em nível nacional, Sérgio Guerra, já teria assegurado ao também postulante dentro do partido, o governador Aécio Neves, que o grupo deverá fechar em torno de Serra com o aval do DEM. Essas costuras políticas ganharam força principamente após a eleição do prefeito Kassab, que apesar de pertencer ao DEM, faz parte do grupo de Serra. Lula que no Brasil pensa e diz uma coisa e em viagens ao exterior age de forma diferente, reconheceu o direito de Chávez em pleitear sua re-eleição indefinidamente, ou seja, Lula sempre apoiou essas ditaduras latino-americanas, não poderia ser diferente para alguém que idolatra Fidel Castro e companhia, um paradoxo para um homem que preside o Brasil, uma próspera democracia entre as nações livres do mundo.
Agora, a Bolívia de Evo Morales acaba de proceder um novo referendo para que a população apoiasse igualmente mudanças constitucionais visando garantir ao atual presidente, a perpetuação no poder, uma negação aos basilares principios da democracia, ou seja, a alternância de poder. Tanto Evo Morales como Hugo Chávez são simpáticos à Fidel Castro e outros ditadores de plantão. Mesmo eleitos pelo voto popular, esses governos agem como verdadeiras didaturas sufocando a oposição, limitando as liberdades individuais e exercendo intenso controle sobre a imprensa, chegando ao cúmulo de Chavez ter fechado importante canal de TV com a complacência de Lula, o que nos envergonha sobremaneiras.
Em fevereiro, os venezuelanos voltam às urnas para darem um novo “cheque em branco” para Hugo Chavez que quer o poder de forma indefinida, pois as eleições são marcadas por denúncias de fraudes e perseguições aos oposicionistas. É lamentável, deplorável que o presidente Lula possa ter um comportamento tão nefasto em relação`a sua política exterior. Exemplo recente é dar abrigo à este terrorista italiano, Cesare Batisti, condenado na Itália por mortes e ações terroristas naquele pais. Não nos surpreende pois Lula deseja enfiar goela abaixo do povo brasileiro, sua candidata para presidente, que no passado também atuou em movimentos terroristas no Brasil.
É preciso contudo deixar claro que este país não é nem a Bolívia muito menos a Venezuela. Longe disso. Somos um país com forte vocação republicana, com sólidos pilares fincados em principios democráticos e com instituições fortes, respeitadas. Nem Lula nem o PT conseguirão trazer à luz das discussões este tema tão inoportuno e desagradável com vistas à manter o atual presidente no poder por mais 4 anos.
O PSDB com o apoio do DEM e alguns outros partidos que já pretendem lançar o nome de José Serra ainda este ano, jamais compactuarão ou apoiarão essa movimentação no âmbito do PT ou do Congresso para fazer aprovar mudanças na Constituição mudando as regras do jogo democrático no Brasil. Até porque, os oposicionistas cientes da fraqueza do nome de Dilma Roussef e como já ficou demonstrado em pleitos passados, Lula é um presidente com alto índice de aprovação, mas que por razões diversas, não consegue transferir prestígio, votos para outros candidatos. Diante deste quadro, o país pode dormir tranquilo que movimentos pró-Lula em mais um mandato, não passarão.Nem de longe alguns acharem que este país seja uma Bolívia, uma Venezuela ou qualquer outra republiqueta de bananas como muitas por aí.
*Iranilson Alves da Silva, 54 anos, é jornalista e agora acadêmico de direito –
iranilson.iranilson@bol.com.br.
