A subsecretária de Estado Karen Hughes, que liderou esforços para reparar a imagem dos Estados Unidos no mundo e era um dos últimos assessores remanescentes do círculo íntimo do presidente George W. Bush do Estado do Texas, anunciou que deixará o governo no fim do ano. Ela disse que retornará ao Texas em meados de dezembro e que a tarefa de melhorar a imagem dos EUA é “um desafio de longo prazo” que sobreviverá a ela. “Levará muitos anos”, reconheceu.
Ao anunciar a decisão de Hughes, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, disse que aceitou a renúncia com “grande tristeza”, mas ao mesmo tempo, com “uma grande alegria pelo que ela alcançou”. Bush e Rice haviam escolhido Hughes dois anos atrás para repensar a forma como os Estados Unidos defendem suas políticas, ideais e posições no exterior. Ex-repórter de televisão e consultora de mídia, o foco de Hughes vinha sendo mudar a forma como os EUA se engajam e respondem a críticas e distorções no mundo islâmico.
Liderando a chamada diplomacia pública de Washington, Hughes escalou diplomatas norte-americanos com domínio da língua árabe para concederem entrevistas à mídia árabe e criou um centro de monitoramente e resposta a notícias difundidas no Oriente Médio, praticamente dobrando o orçamento de sua área, para US$ 900 milhões anuais.
Mas, segundo pesquisas, a imagem dos EUA no mundo não melhorou desde que ela assumiu o cargo. Uma recente sondagem do Pew Research Center mostrou que a guerra no Iraque, por exemplo, fez a imagem favorável dos EUA despencar na Indonésia muçulmana dos 75% em 2000 para 30%.
