O estado de São Paulo tem 523 mil domicílios em situação de insegurança alimentar grave, que é quando crianças e adolescentes de uma família podem passar fome por causa da falta de alimentos, segundo os dados da PNAD Contínua divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (25/4).
A pesquisa, feita no 4º trimestre de 2023, avaliou como foi o acesso às refeições nas famílias brasileiras nos três meses anteriores ao levantamento.
Com base nas respostas, os domicílios foram classificados em situação de segurança, quando os moradores têm pleno acesso à comida, ou insegurança alimentar, quando a quantidade e a qualidade das refeições é impactada. Os casos de insegurança foram divididos ainda em três níveis: leve, moderado e grave.
Em São Paulo, 23,50% dos domicílios registrou algum nível de insegurança alimentar, o que corresponde a 4,1 milhões de habitações. Destas, 684 mil foram enquadradas no grau moderado de insegurança e 2,9 milhões no nível considerado mais leve do problema.
São consideradas em situação leve de insegurança as casas em que os moradores criam estratégias para manter uma quantidade mínima de alimentos na mesa, e a qualidade das refeições acaba comprometida. Quando há redução na quantidade de comida disponível para os adultos a residência é classificada em nível moderado de insegurança.
No Brasil, a PNAD Contínua revelou que 27,6% dos domicílios registraram algum grau do problema no período da pesquisa, e 3,2 milhões de residências foram classificadas em insegurança alimentar grave.
A região do país em que os moradores relataram mais dificuldade em garantir uma alimentação adequada foi a Norte, onde 39,7% dos domicílios estavam em situação de insegurança. Na outra ponta do Brasil, a região Sul registrou o maior percentual de casas em segurança alimentar, com 83,4% das residências com acesso pleno à comida.