O estado de São Paulo tem mais de 19 mil pessoas na lista de espera para fazer um transplante de rim como o do apresentador Fausto Silva. Ao todo, 19.164 paulistas aguardam pela cirurgia, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta terça-feira (27/2).
É a maior fila entre as esperas por órgãos. O segundo transplante mais procurado em São Paulo é o de fígado, que tem 799 pessoas aguardando – 24 vezes menos que o número de pacientes em busca de transplante de rim.
A maioria da população à espera de rim é composta por homens, que são 58,78% dos pacientes e ocupam 11.266 posições na lista. As mulheres representam 41,22% desta conta, ou 7.898 pacientes.
A faixa etária com mais pessoas na lista é a de 50 a 64 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, 7.624 paulistas com essa idade precisam de um transplante de rim atualmente.
Na sequência estão pessoas entre 35 e 49 anos, que somam 5.275 pacientes, e a população com mais de 65 anos, que tem 4.196 pessoas à espera da cirurgia.
Crianças e adultos com até 34 anos são minoria dos casos e representam apenas 10,79% dos pacientes que precisam de um transplante em São Paulo atualmente.
A lista de espera inclui pessoas da rede pública e privada e é única para todo o país, mas cada estado gerencia as doações para seus moradores. A população de um estado tem prioridade para receber os órgãos doados naquele mesmo local.
Caso Faustão
O apresentador Fausto Silva, conhecido como Faustão, passou por um transplante de rim nesta segunda-feira (26/2), no Hospital Israelita Albert Einstein, após ter um agravamento de uma doença renal crônica, segundo comunicado divulgado pela assessoria do artista. Ele segue em observação.
O hospital e a assessoria de Faustão não divulgaram há quanto tempo ele estava na lista de espera, mas um amigo do apresentador disse ao jornal Folha de S. Paulo que ele passava por sessões de hemodiálise desde 2023.
Em agosto do ano passado, o apresentador foi submetido a um transplante de coração. Na época, ele estava com um quadro de insuficiência cardíaca.
Como funciona fila de transplante?
Vários critérios técnicos são levados em consideração para que uma pessoa da lista de espera receba um órgão. Fatores como o tipo sanguíneo, a compatibilidade genética e até o tamanho do paciente definem quem recebe cada órgão. Além disso, a gravidade da doença também determina quem tem prioridade na espera.
A definição sobre quem vai ser operado primeiro é feita por um sistema informatizado, que contém os dados de todos os pacientes que esperam pelo órgão. A lista contém tanto os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), quanto aqueles que são atendidos pela rede privada.
Alguns casos podem fazer com que uma pessoa avance na lista de espera e depois volte para as posições anteriores. Isso acontece, por exemplo, quando alguém que era prioritário para o transplante tem algum tipo de infecção e fica impossibilitado de fazer a cirurgia.