sexta, 15 de novembro de 2024
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SP aumentará em 50% produção de cana até 2011

São Paulo deve ampliar em 50% a produção de cana de açúcar no prazo de quatro anos, caso se confirmem as previsões de demanda. É o que aponta um estudo…

São Paulo deve ampliar em 50% a produção de cana de açúcar no prazo de quatro anos, caso se confirmem as previsões de demanda. É o que aponta um estudo prévio do relatório elaborado pela Comissão Paulista de Bioenergia, criada pelo governador José Serra em abril com o objetivo de incentivar o desenvolvimento da produção de energia limpa e renovável no Estado.

Com essa previsão, os paulistas – hoje responsáveis por 72,4% das exportações brasileiras do setor sucro-acoleiro, com faturamento de US$ 5,65 bilhões somente em vendas externas em 2006 – passariam a produzir 393,3 milhões de toneladas/ano contra a marca atual de 262 milhões.

O grupo de trabalho coordenado pelo ex-secretário do meio-ambiente José Goldenberg estima que, nos próximos anos, pelo menos 56 usinas de cana entram em operação no solo paulista. “O desafio é implantar essas usinas de modo que não acabem causando problemas sociais e nem mesmo ambientais”, esclarece Goldenberg.

Todas as usinas elaboraram projetos de instalação, que atualmente passam pelo crivo dos técnicos da secretaria da Agricultura. O zoneamento ecológico e econômico é necessário para evitar investimentos dos usineiros em regiões como a do Vale do Ribeira, que abriga 61% da Mata Atlântica remanescente no Brasil e conta com áreas consideradas pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade. O fato de aumentar a produção no Estado, acredita o ex-secretário, não significa necessariamente crescimento da área plantada da cana na mesma proporção.

“Há um estudo social e ambiental para que a expansão seja feita de forma sustentável”, acrescenta Goldenberg, que coordena profissionais de seis secretarias de estado (Desenvolvimento, Planejamento, Saneamento e Energia, Agricultura, Transportes e Meio Ambiente) e representantes das três universidades paulistas e da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Outra pauta discutida nas reuniões da Comissão paulista de Bioenergia é a possibilidade de aumento de desemprego com a mecanização da colheita de cana de açúcar. Segundo Goldenberg, não há razões para temer o desemprego com as novas tecnologias. “Essa preocupação foi dissipada. A própria expansão garantirá os novos empregos”, prevê Goldenberg. “Em alguns locais estão faltando motoristas para operar os novos equipamentos motorizados”, completa.

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