Um jovem de 18 anos, que sobreviveu ao massacre na escola Raul Brasil, em Suzano (SP), morreu após levar um choque elétrico tentando resgatar a gata da própria família, que tinha subido no telhado do vizinho.
Rosnei Marcelo Grotewold Júnior, que morava em Poá, teria encostado na fiação elétrica da rua ao tentar resgatar o animal, na última terça-feira (15).
O socorro chegou a ser acionado e manobras de reanimação foram aplicadas, mas o jovem teve morte declarada ainda no local.
“Estamos sendo fortalecidos por Deus”, afirmou o pai de Rosnei, o pastor Sergio Luciano, em conversa com o UOL. Ele confirmou que o filho era um dos sobreviventes do massacre que deixou oito pessoas mortas em 2019.
Na ocasião, Rosnei teria ficado sob a mira de um dos atiradores, que acabara de ficar sem munição, o que permitiu a fuga dele.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o caso foi registrado como morte acidental na Delegacia de Poá. Uma perícia foi solicitada pelo órgão no local da morte.
A gata da família não foi eletrocutada e sobreviveu. O corpo de Rosnei foi sepultado na última quarta-feira (16).
Massacre de Suzano
Conhecido como o segundo maior ataque em escolas brasileiras, o massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), deixou dez mortos entre alunos e funcionários. As dezenas de tiros foram efetuadas pelos ex-alunos Guilherme Taucci Monteiro, 17, e Luiz Henrique de Castro, 25, durante o recreio.
A escola deixava o portão aberto para comunidade, de modo que os jovens puderam acessá-la sem qualquer problema. Guilherme e Luiz tentavam imitar o massacre da escola de Columbine, no estado americano do Colorado, ocorrido em 1999, quando dois alunos assassinaram 13 pessoas e feriram 24.
Eles invadiram salas e deixaram 11 pessoas feridas, usando revólver calibre 38 e um machado. Depois dos disparos contra os alunos, Guilherme atingiu um policial à paisana e seu comparsa Luiz. Ao final, o jovem cometeu suicídio.