sexta-feira, 20 de setembro de 2024
Pesquisar
Close this search box.

Sobre a educação

A última notícia sobre o assunto educação diz que o MEC suspendeu a realização de novos vestibulares em 207 instituições de ensino superior. Se levarmos em conta que tudo tem…

A última notícia sobre o assunto educação diz que o MEC suspendeu a realização de novos vestibulares em 207 instituições de ensino superior. Se levarmos em conta que tudo tem seu lado bom, creio que a decisão, em princípio, seja acertada.

Segundo consta, todas as instituições que tiraram notas 1 e 2 serão convocadas a estabelecer um protocolo de compromisso junto ao MEC e terão de gerar relatórios a cada dois meses sobre o andamento das mudanças.

Além disso, terão um prazo de 60 dias para cumprir algumas exigências, como contratar novos mestres ou doutores, por exemplo e 180 dias para se adequar na questão da infraestrutura, como criação ou reforma de laboratórios ou bibliotecas.
Não basta, mas ao menos já é uma luz no fim do túnel.

Na verdade, essa é apenas a ponta do iceberg, porque não há como negar que existem inúmeras outras falhas no nosso sistema de ensino, principalmente quando sabemos que o aluno rico estuda na escola básica privada para se preparar para a universidade pública e gratuita, enquanto o aluno pobre estuda na escola básica pública e gratuita e – quando consegue – ingressa no ensino superior privado, fazendo com que a nossa cultura escolar seja elitista.

Muito se tem falado sobre as necessidades de investimento maciço em educação para que o país possa realmente crescer de maneira segura. Entretanto, não basta somente gastar a verba, mas sim gastar bem, afinal, é fato que os recursos existem, porém são utilizados sem critério.

Apesar disso, também não há como negar que alguns passos já foram dados, dentre eles a facilitação do acesso e a criação do novo ensino médio e do ENEM e do ENCEJA, porém muito ainda há de se fazer, em especial com relação à consolidação desse acesso, aliado a um debate mais amplo na sociedade.

É sabido que toda mudança cultural é lenta, mas também não é menos verdadeiro que os nossos governantes nunca trataram a educação como setor prioritário, fato que só vem ocorrendo após a obrigação constitucional da destinação mínima de 25% dos orçamentos à educação.
Malgrado isso, também é de fácil constatação que essa verba acaba ficando na máquina, sem chegar efetivamente as escola, o que é lamentável.

O pior é que o poder legislativo e a sociedade não cobram e não fiscalizam, daí porque se institucionalizou a “má gastança”.
O resultado é que o custo do aluno no ensino superior público é mais que o dobro do custo de um aluno na educação básica.

Não bastasse, nossos “sabichões” dobraram o turno escolar, sem levar em conta que isso não é produtivo, já que, se a escola é ruim, em dobro fica pior ainda, ou seja, é preciso primeiro melhorar a média das escolas para só depois aumentar o tempo de permanência.
Já chega de canetadas, de se resolver esse e outros problemas por decretos, leis e etc. e tal.

A continuar assim, nossos indicadores continuarão sendo os piores do mundo, embora nossa economia esteja entre as “top 10”.

Notícias relacionadas