Rigoroso para uns e nulo para outros. É assim que muitos moradores de Votuporanga enxergam o sistema de fiscalização e multas da Prefeitura Municipal em relação às regras por conta da pandemia. Nas redes sociais as reclamações são constantes.
Ao jornal A Cidade, Danny Ribeiro Oliveira, 30 anos, cabelereira responsável por uma franquia de salão de beleza, relatou que a situação da pandemia em Votuporanga é complicada desde o início, e agora as festas estão acontecendo “de segunda a segunda”. “O 0800 funciona quando quer. Quando não dá ocupado, dá desligado, dá fora de área. Quando te atendem e você tenta efetuar a denúncia, eles faltam te pedir o teu CPF ou o CPF da pessoa denunciada”, contou.
A munícipe reclamou ainda que às vezes os atendentes dizem que o local já foi denunciado e que os fiscais já foram verificar a situação. “Eles perguntam se você tem certeza; se você não tivesse certeza, você não estaria ligando. Então são templos lotados, academias lotadas, e nada acontece”, acrescentou.
Na opinião da cabelereira, falta fiscalização no comércio e também nas pessoas contaminadas que continuam “na rua, tendo sua vida normal e contaminando outras pessoas”. “Elas não dizem que estão contaminadas, que fizeram exame e deu positivo por não estarem sentindo sintomas, então elas acham que por isso está tudo normal”, reclamou.
Danny espera mais rigor por parte da Administração Municipal em relação à fiscalização, que, na visão dela, está deixando muito a desejar. “A nossa cidade está em absolutamente vergonha, do mais novo ao mais velho, ninguém aqui está dando o exemplo”, concluiu.
Na opinião de Carlos Ramos, “infelizmente a corda só quebra do lado mais fraco”. “Quem tem dinheiro dá-se um jeitinho brasileiro, né?”, questionou. Já segundo Ivete Lio, tem “ricos fazendo festinha a adoidado por aí”.
Recentemente a Vigilância Sanitária Municipal multou em R$ 19.364,00 o organizador de uma festa promovida em uma chácara localizada às margens da Estrada Municipal Herbert Vinícius Mequi, no dia 9 de maio. Naquela ocasião, a Vigilância notificou o organizador para apresentar, em um prazo máximo de sete dias, a lista de presença dos participantes com nome completo e documento de todos, para realizar um possível monitoramento daqueles que, por ventura, necessitassem dos serviços de saúde com sintomas da Covid-19. Por conta da não apresentação dessa listagem, o dono da festa foi penalizado com autuação gravíssima no valor de 5.000 UFM (Unidades Fiscais do Município), onde o valor atual de cada UFM é de R$ 3,8728.
Prefeitura
O jornal A Cidade questionou a Prefeitura sobre o funcionamento do 0800, como é o trâmite após o recebimento da denúncia e quantas multas já foram aplicadas na cidade, porém o Poder Executivo não respondeu as perguntas até o fechamento desta edição.