domingo, 17 de novembro de 2024
Pesquisar
Close this search box.

Sindicato pedirá apuração ao Ministério Público do Trabalho

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Presidente Venceslau e Marabá Paulista (STR-PVMP) e a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp/CUT) já iniciaram a coleta de…

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Presidente Venceslau e Marabá Paulista (STR-PVMP) e a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp/CUT) já iniciaram a coleta de informações para apurar as condições de trabalho nos canaviais de onde é extraída matéria-prima para a Usina Alvorada do Oeste, situada no município de Santo Anastácio.

O fato é motivado pela morte do cortador de cana Mariano Baader, de 53 anos, ocorrida na segunda-feira, 19/05. Morador no município de Tarabai, Baader era contratado pela empresa Agrícola Monções, que por sua vez, presta serviço terceirizado de mão de obra para a Usina Alvorada do Oeste.

De acordo com informações obtidas, o trabalhador rural teria sofrido um infarto enquanto trabalhava. Colegas tentaram socorrer Baader ainda no local. Sem sucesso, o colocaram em um ônibus que faz o transporte dos trabalhadores e o encaminharam até o atendimento hospitalar em Santo Anastácio. No entanto, a vítima já teria chegado sem vida ao hospital.

Para o sindicalista Rubens Germano, presidente do STR-PVMP e diretor Feraesp, a morte de Baader pode ter sido decorrente do exercício da função, bem como excesso de trabalho. Atualmente, cada trabalhador rural do setor necessita cortar a média de 12 toneladas de cana diariamente para conseguir um salário mensal na casa de R$ 800,00.

“É muita produção para pouco salário. Isso é fruto das metas de produção estipuladas pelas usinas e pelo agronegócio. O biocombustivel derivado da cana-de-açúcar, ou etanol, só é viável financeiramente porque utiliza mão de obra barata e que trabalha em regime semelhante aos dos escravos na época do Brasil-Colônia. Para se chegar ao etanol, tem muito suor, sangue e até vidas humanas de trabalhadores”, afirma.

Germano está colhendo dados sobre a rotina e a intensidade do trabalho de Baader para apurar se houve abusos. Pedirá também providências junto ao Ministério Público do Trabalho para que acompanhe o caso.

Com sua morte, Baader engrossa as estatísticas de trabalhadores rurais do setor de corte de cana que morreram em decorrência do trabalho. Entre 2004 e 2007, pelo menos 21 cortadores de cana faleceram sob os mesmos motivos apenas em São Paulo. A última morte registrada era de Edilson de Andrade, de 28 anos, residente na região de Ribeirão Preto, morto em setembro do ano passado.

Notícias relacionadas