Depois de Danilo se despedir do Corinthians, agora foi a vez de Emerson Sheik conceder sua última entrevista coletiva como atleta do clube. O autor dos dois gols do título da Libertadores em 2012, diferentemente do companheiro de time, que buscará outra equipe, está pendurando as chuteiras.
A decisão, segundo ele, foi tomada em 2017. Em princípio, a aposentadoria estava programada para a metade do ano. Mas, devido ao bom desempenho, a diretoria do Corinthians, a pedido do então técnico Fábio Carille, optou pela renovação até o final da temporada. “Estou de boa, como dizem os jovens. Agora sou um tiozinho”, brincou.
Emerson fez o último jogo com a camisa alvinegra no empate sem gols com a Chapecoense, no último domingo, em São Paulo, na partida em que tomou o terceiro cartão amarelo e ficou suspenso do duelo com o Grêmio, neste domingo, às 17 horas, em Porto Alegre, na rodada de encerramento do Brasileirão.
No total, foram três passagens pelo clube, com 196 jogos, 28 gols e sete títulos: dois do Paulistão (em 2013 e 2018), dois do Brasileirão (2011 e 2015), uma Recopa Sul-Americana (2013), além é claro, da Libertadores e do Mundial de Clubes, ambos em 2012.
Daqui para frente, ele afirmou que “estará fora dos gramados, mas dentro de campo”. Só não sabe ainda qual cargo exercerá. Nos últimos dias, foi especulado que o jogador poderia seguir no Corinthians como dirigente. Ele negou qualquer acerto. “Não tem absolutamente nada. Já manifestei inúmeras vezes o sentimento de gratidão pelo o que o Corinthians fez por mim e pela minha família. Foi uma honra vestir essa camisa por tanto tempo”, disse.
“Pude honrar de maneira brilhante. Não sei sobre o futuro. Sei que agora vou para casa ficar com os meninos (filhos). Se por ventura esse convite (do Corinthians) surgir de maneira oficial, vai ser uma honra contribuir de outra maneira. Não sei nem se sou merecedor disso para falar a verdade. Mas, se acontecer, vou começar do zero novamente e me dedicar ao máximo”, complementou.
POLÊMICAS – Sheik também comentou sobre as polêmicas que viveu durante a carreira. As principais: ter alterado o nome e data de nascimento em 1996 para jogar nas categorias de base do São Paulo, ter adulterado passaporte em 2006 para atuar no Catar e ter dito que a CBF é uma vergonha. Dessas todas, ele diz só não se arrepender da última.
“Algumas situações que aconteceram na minha vida não descrevem quem eu sou. É muito difícil falar de arrependimento. Tiveram muitas coisas que aconteceram das quais eu me arrependo, que não sou eu verdadeiramente. Ponto final. Isso não vai acontecer nunca mais. Isso não me fazia bem na época, nunca fez bem para a minha família”, comentou.
Apesar das polêmicas, por onde passou Sheik colecionou amigos. É do tipo brincalhão, provocador. Sempre gostou de ser assim com os rivais e nos treinamentos vive brincando com os colegas de clube.
“A maior riqueza no esporte são meus amigos. Sou querido e não tenho pudor em dizer isso. Em todos os clubes fiz boas amizades. Com todas as nossas brincadeiras de vestiário, os atletas me respeitam pela história, idade… A amizade que construí no futebol foi certamente minha maior conquista”, finalizou.
Emerson se despedirá oficialmente dos torcedores no próximo dia 7, quando fará uma partida beneficente na Arena Corinthians. O ingresso para poder acompanhar o jogo é 1 kg de alimento.