sábado, 21 de setembro de 2024
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Setor privado mira acordo automotivo com Colômbia e outros países

Com as exportações para a Argentina em queda, e o mercado interno desaquecido, a indústria automobilística se articula para apresentar uma proposta de acordo automotivo com a Colômbia, nas próximas…

Com as exportações para a Argentina em queda, e o mercado interno desaquecido, a indústria automobilística se articula para apresentar uma proposta de acordo automotivo com a Colômbia, nas próximas semanas.

O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, afirmou nesta terça-feira (7) que o setor produtivo deve entregar uma proposta aos governos brasileiro e colombiano até novembro. Ele não deu detalhes do que estará na proposta.

“Estamos trabalhando na abertura de novos mercados, estamos trabalhando especialmente nesse momento com a Colômbia, acredito que ainda em novembro a gente possa apresentar para os dois governos, colombiano e brasileiro, uma proposta do setor privado”, afirmou, ao chegar ao Ministério da Fazenda para uma reunião com o secretário de Polícia Econômica, Márcio Holland.

MERCADO INTERNO
O desempenho da indústria automobilística -e da economia brasileira de uma forma geral- depende principalmente do mercado interno, pontuou Moan. O setor tem planos de estimular ainda mais a venda de carros em cidades brasileiras menores, onde o mercado está menos saturado.

“Diferente de alguns outros países que, por questões geoeconômicas, escolheram exportação como base da sua economia, o Brasil tem como motor, sem dúvida nenhuma, o mercado interno. Se estimular o mercado interno, só pode ajudar o crescimento do mercado”, disse.

A produção de veículos no Brasil cresceu em setembro impulsionada pela chegada de novos modelos nacionais ao mercado e o aumento de 8% nas vendas entre agosto e o mês passado.
De acordo com dados divulgados na segunda (6) pela Anfavea, foram fabricados 300,8 mil autos em setembro, dado que inclui ônibus e caminhões. O número é 13,7% superior ao registrado em agosto.

PREÇO
Questionado se a redução do preço dos carros no Brasil não seria uma estratégia para reanimar a demanda interna, Moan afirmou que os preços estão relacionados com a cotação do dólar.
“A taxa de câmbio hoje é altamente prejudicial à competitividade do setor”, disse. Ele negou, contudo, que os preços sejam caros no país.

Segundo Moan, em 2004 o Brasil tinha o “carro mais barato do mundo”. Ele afirmou ainda que os fabricantes de veículos no Brasil estão cumprindo o acordo de não demissão, em troca da redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados). Não demitir funcionários foi uma das contrapartidas exigidas pelo governo para postergar, por tempo indeterminado, o fim do IPI reduzido.

“Não há nenhuma dificuldade quanto a isso. Férias coletivas, lay off [suspensão dos contratos de trabalho], compensação de banco de horas. São todos mecanismos de proteção do emprego. Está tudo bem.”

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