No Brasil e em vários países pelo mundo, o mês de setembro foi marcado pela cor verde e pelas mobilizações dos setores de saúde com o objetivo de sensibilizar a população para a necessidade da doação de órgãos e tecidos. O Hospital de Ensino Santa Casa de Fernandópolis também faz parte desta campanha, que pode transformar a dor em recomeço.
Por meio de ações junto aos colaboradores, o hospital conscientizou sobre o que é a doação de órgãos e como a decisão de ser um doador pode ajudar a salvar vidas, além de propiciar a discussão técnica em torno do assunto, com a realização do “1º Simpósio de Doação e Captação de Órgãos”, que abrangeu os colabores e estudantes da área de saúde.
“Ser um doador de órgãos é um gesto de amor ao próximo, um gesto totalmente nobre. É importante termos essa consciência que mesmo depois de nossa partida, poderemos contribuir para que outras pessoas possam viver tão bem quanto nós vivemos. Mas para isso, precisamos informar nossas famílias sobre esse desejo de fazer o bem”, explica o médico Sandro Henrique Serafim, presidente da comissão intra-hospitalar de transplantes do Hospital de Ensino Santa Casa de Fernandópolis.
Desde 2013, o hospital integra a rede estadual responsável pelos transplantes, atuando ativamente na conscientização e na captação de doadores, trabalho esse que tem dado destaque à atuação dos profissionais da Santa Casa. Neste período, sete doações foram realizadas, número que poderia dobrar, caso houvesse a autorização de todas as famílias.
Para que uma doação possa acontecer, um rígido protocolo de avaliação médica e uma série de exames são realizados, para confirmar que houve a morte do paciente. Com a autorização da família, a central de transplantes é acionada e tem início o processo logístico para o envio de equipes para a captação do órgão e a realização dos transplantes.
A DOAÇÃO
Há três tipos de doação. Uma é feita por doadores vivos, que somente podem doar órgãos duplos ou partes de órgãos, em que a retirada não causa danos ao doador, como a de medula, rim ou de parte do fígado. Outra é feita por pacientes que evoluíram para a morte encefálica, mas que os órgãos continuam em funcionamento, podendo doar coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veias, ossos, pele e tendão. Há também a feita por pacientes que tiveram a parada do coração e que podem doar córneas, pele e ossos.
Para que a doação seja efetivada, o desejo precisa ser consentido por algum familiar de até 2º grau, de acordo com a legislação brasileira de transplantes. Uma única pessoa pode ajudar a salvar mais de dez vidas. O grande desafio é a efetivação do ato, já que, no Brasil, cerca de 44% das famílias não aceitam doar os órgãos dos parentes.
MORTE ENCEFÁLICA
Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, a morte encefálica é a definição legal de morte. É a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro.