Advogados de defesa dos acusados de latrocínio do jornalista Hélton Eduarti Souza preveem para a próxima semana o anúncio da sentença sobre o caso, que gerou grande repercussão em Votuporanga e região em março desse ano.
Todas as testemunhas e os réus foram ouvidos em audiências e por meio de cartas precatórias, e a expectativa é de que o anúncio da sentença, que antes era para meados do mês de setembro, aconteça nos próximos dias.
Um dos advogados, Douglas Teodoro Fontes, afirmou ao A Cidade que a defesa espera que o juiz Reinaldo Moura, da 2ª Vara Judicial da Comarca de Votuporanga, acate as teses apresentadas. Uma delas, indica que Vanessa Jaqueline dos Santos, 19 anos, apontada como cúmplice do assassinato, seria inocente. No depoimento, na audiência realizada no Fórum da Comarca em agosto, ela disse que não participou e nem sabia do que havia ocorrido, alegando que estava em casa no momento dos fatos.
Outra tese defendida é de que não houve latrocínio, ou roubo seguido de morte, o que geraria uma pena menor para o assassino confesso Adriano Santos Oliveira, de 20 anos, caso condenado. Os advogados esperam que as acusações sejam desqualificadas e que ele vá para júri popular por lesão corporal seguida de morte, por supostamente, não ter havido, segundo a defesa, intenção de roubar o carro e objetos da vítima após o crime e nem de matar.
No argumento da defesa, ocorreu uma briga entre Hélton e Adriano, que resultou na morte do jornalista. Na presença do juiz, em agosto, o réu afirmou que durante a desavença, aplicou uma “gravata”, mas que “jamais imaginou que fosse matar”.
O promotor João Alberto Pereira, responsável pelo caso, acusa os réus de latrocínio, roubo seguido de morte, e pede a pena máxima para esse tipo de crime, que pode chegar até 30 anos de prisão.
O crime
A morte de Hélton Souza aconteceu no dia 13 de março desse ano, no recinto de exposições de Valentim Gentil. Adriano e ele teriam ido até uma guarita em construção, na entrada do local, onde teriam iniciado a troca de carícias, e se desentendido instantes depois. Após o crime, o réu teria abandonado a vítima e fugido com o carro do jornalista, um Onix branco.
O veículo foi abandonado em uma estrada rural em Valentim Gentil. Adriano teria subtraído objetos do interior do automóvel, entre eles um notebook, segundo a defesa, na tentativa de acobertar pistas. O material teria sido levado para a casa de Vanessa, que segundo a acusação, ajudou a esconder o crime. Adriano aguarda a sentença no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Riolândia e a jovem, que está grávida, na Penitenciária Feminina de Tupi Paulista.
Jociano Garofolo/A Cidade