A política queniana Glória Orwoba foi expulsa do plenário do Senado ao chegar a uma sessão, nesta semana, com as roupas manchadas de sangue de menstruação. Ela usou o período para protestar contra a pobreza menstrual de meninas do Quênia, onde cerca de um milhão delas faltam 4 dias de aula por mês por não ter o item de higiene.
Parlamentares usaram desvio do código de vestimenta como justificativa para a expulsão da senadora. Ela trajava um terninho branco e uma blusa social de seda verde.
Orwoba afirma que uma equipe do Senado a abordou, tentando cobri-la e depois insistiu para que a senadora retornasse ao carro. No plenário, vários parlamentares teceram críticas à permanência dela no local.
“Acho que para todos eles, foi de boa fé”, disse ela. “Mas também acho que é porque a primeira coisa que aprendemos é que a menstruação é suja e não deve ser vista.”
O presidente do Senado, Amason Kingi, disse que se solidarizava com Gloria Orwoba por estar “passando pelo ato natural da menstruação”, mas pediu a saída dela “para que vá, se troque e volte com roupas que não estejam manchadas”.
Ao deixar o plenário, a senadora Orwoba falou à imprensa. “Infelizmente, fui expulsa porque estou menstruada e não devemos mostrar nossa menstruação quando estamos menstruadas”, disse a senadora.