segunda, 25 de novembro de 2024
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Sem máscara, Bolsonaro provoca aglomeração em praia

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ignorou mais uma vez o avanço da pandemia do coronavírus ao promover aglomeração em uma praia do litoral sul de São Paulo. Sem máscara,…

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ignorou mais uma vez o avanço da pandemia do coronavírus ao promover aglomeração em uma praia do litoral sul de São Paulo. Sem máscara, ele se aproximou se simpatizantes, cumprimentou banhistas, pegou crianças no colo e posou para fotografias.

A aglomeração ocorreu em Praia Grande, cidade vizinha a Guarujá, onde o presidente passa o feriado de Ano Novo em um base militar.

Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 1.075 óbitos pelo novo coronavírus e 57.227 casos da doença. O país, assim, chega a 192.716 óbitos e a 7.564.117 de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. ​

A aglomeração e os cumprimentos do presidente foram transmitidos ao vivo em vídeo por suas redes sociais. Assim que chegou e se aproximou dos banhistas encostados em um gradil e tentou se explicar.

“O povo aqui na praia. Fazemos isso, nos arriscamos também um pouco para ver o que acontece. Alguns até reclamam, é direito deles, mas sempre estivemos ao lado da população que é a nossa obrigação.”

“Estou fazendo isso, repito, com alguns riscos algumas vezes, mas nos sentimentos reconfortados por estar buscando sempre fazer a coisa certa (…) O povo está aqui na praia, alguns vão falar que é aglomeração, mas temos que enfrentar por toda a vida.”

Bolsonaro ainda falou sobre o fim do auxílio emergencial. “Querem que a agente renove, mas a nossa capacidade de endividamento chegou ao limite. Fazemos apelo a alguns governadores que teimam em fechar tudo. Não deu certo, seis meses de lockdown e não certo dessa forma.”

O presidente estava vestido com uma camisa do Santos, mas, em meio à aglomeração, a pedido de um apoiador, vestiu uma do Corinthians rapidamente.

Bolsonaro está hospedado no Forte dos Andradas, em Guarujá, que possui uma pequena praia privada de aproximadamente 400 metros de extensão. Nesta quarta-feira, ele usou uma moto aquática para ir até Praia Grande, prática que tem sido recorrente nas visitas do presidente para o litoral.

Na passagem pela praia, Bolsonaro ergueu algumas crianças, tirou selfies, distribuiu abraços e sorriu sempre para a série de provocações que ouviu direcionadas ao governador João Doria (PSDB), a quem cutucou logo na chegada ao litoral, quando disse que o político utilizava máscara apenas em estúdios de gravação.

O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), já afirmou que não fechará as praias nem mesmo nos dias 31 e 1º alegando não ter contingente policial suficiente para cobrir os 22 km de faixa de areia.

Desde o início da disseminação do novo coronavírus, Bolsonaro tem falado e agido em confronto com as medidas de proteção, em especial a política de isolamento da população. O presidente já usou as palavras histeria e fantasia para classificar a reação da população e da mídia à doença.

Além dos discursos, o presidente assinou decretos para driblar decisões estaduais e municipais, manteve contato com pessoas na rua e vetou o uso obrigatório de máscaras em escolas, igrejas e presídios —medida que acabou derrubada pelo Congresso.

Mais recentemente, entrou em uma “guerra da vacina” com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Em outubro, desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que havia anunciado acordo com o estado de São Paulo para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, vacina da farmacêutica chinesa Sinovac que será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, ligado ao governo paulista.

Ao responder ao comentário de um internauta que pediu que a vacina não fosse comprada porque ele tem 17 anos e disse querer ter “um futuro, mas sem interferência da ditadura chinesa”, Bolsonaro negou a compra. “NÃO SERÁ COMPRADA”, escreveu Bolsonaro em letras maiúsculas.

Agora, no entanto, a vacina é apontada como peça fundamental no programa de imunização brasileiro.

Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 1.075 óbitos pelo novo coronavírus e 57.227 casos da doença. O país, assim, chega a 192.716 óbitos e a 7.564.117 de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

Os números desta terça-feira (29) representam mais que o dobro do número de óbitos e casos divulgados no dia anterior. Números mais baixos aos feriados, domingos e segundas são comuns devido ao atraso de notificação das secretarias estaduais.

O estado do Rio Grande do Sul registrou o mais alto número de novas mortes por Covid-19 em um dia: foram 144. O último recorde tinha sido apenas uma semana antes, no dia 22 de dezembro, quando o estado registrou 101 óbitos pelo novo coronavírus -o único registro acima de cem óbitos até então.

O RS acumula até o momento 8.680 mortes por Covid-19 e 438.458 casos, sendo o quinto estado mais afetado pela pandemia, atrás somente de SP (1.440.229 casos), MG (529.653), BA (487.691) e SC (485.935).

Os dados do país são fruto de colaboração inédita entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

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