quinta, 21 de novembro de 2024
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Sem joguinhos

Um dos pontos de vista com o qual eu nunca concordei plenamente é quando dizem que não se deve ser muito disponível nos relacionamentos. Certamente, não é saudável se anular…

Um dos pontos de vista com o qual eu nunca concordei plenamente é quando dizem que não se deve ser muito disponível nos relacionamentos. Certamente, não é saudável se anular por causa de nada, nem de ninguém; por outro lado, acredito que em uma relação madura e recíproca não há espaços para “joguinhos”.

Para mim é muito simples, ou se está interessado e se dedica, ou não está e ponto final. Sempre ouço pessoas dizerem que, principalmente as mulheres, quando “muito” disponíveis, prestativas, presentes, solidárias, não são valorizadas. Eu prefiro acreditar muito mais que estas estejam, sim, com os parceiros errados.

Importante deixar claro mais uma vez que não estou falando aqui de mulheres – e por que não de homens? – que vivem pelo outro e para o outro, que se doam por inteiro, esquecendo de si mesmo, perdendo muitas vezes a própria identidade em função da outra pessoa. Isso não é estar disponível, é se anular, não se amar.

Contudo nada vejo de condenável em dar a segurança que o parceiro merece e, muitas vezes necessita, para o próprio bem do relacionamento.
Na verdade, o conceito de que aquele que mais se dedica acaba por ser rejeitado, não me parece verdadeiro, pois entendo que em uma relação saudável o que mais se deseja é a atenção, o carinho e, sobretudo, a troca de segurança.

Na verdade quando ocorre à indiferença ou o desprezo por parte daquele que recebe a dedicação, fica evidente o seu desinteresse, pois, se estivesse verdadeiramente interessado, demonstraria contentamento em relação à atenção recebida, inclusive buscaria retribuir.

É ridículo o comportamento imaturo de que muitos lançam mão para demonstrar um falso descaso, perdendo tempo em inventar, por exemplo, compromissos inexistentes para se fazer de difícil, não atender a telefonemas, ainda que esteja ansioso por fazê-lo, ir contra sua natureza e os próprios sentimentos, obrigando-se a ser dissimulado.

Isso é tão nocivo quanto um devotamento excessivo, em ambas as situações fica evidente que há algo de muito errado na relação.

Se ambos estão felizes com a relação curta-se no máximo que puderem. Caso algo fica ali chateado com um dos parceiros por algum tempo o melhor é procurar conversar e expor o que pensa sobre determinado comportamento. Em uma relação que ambos estão se conhecendo são normais essas conversas.

As afinidades existem, mas não temos bola de cristal para adivinhar tudo o que o outro pensa. Então, uma conversa assertiva sempre que puder será importante para o crescimento do relacionamento. Vocês podem ser felizes por muitos anos. Um grande abraço e um gostoso cheiro de alecrim.

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