Vimos ontem uma matéria no Região Noroeste intitulada “Juiz pede blocos de multa a Prefeitura para começar a fechar “botecos” na Expedicionários”.
Na matéria, é citado o fato que o juiz Evandro Pelarin, em uma reunião da Associação de Amigos declarou que “agora, com aprovação da lei da atividade delegada, a polícia militar de Fernandópolis terá poder para multar estabelecimentos comerciais que estiverem infringindo uma lei recém-aprovada pelos vereadores que coloca disciplina no horário de funcionamento de bares, restaurantes e similares ao longo da principal avenida da cidade.”
Ou seja, ele cobrou da prefeitura que finalmente a tal da Lei da Avenida seja fiscalizada e suas punições sejam aplicadas.
Certo, a Lei está aí e tem que ser cumprida, mas pelo que eu me lembre quando tivemos torcida organizada e tudo para que a Lei fosse apresentada aos vereadores, a grande motivação da mesma era combater coisas como o tráfico de drogas, o uso de bebidas alcoólicas por menores e a perturbação da vizinhança pelos carros de som. Coisas, diga-se de passagem, necessárias, mas que já tem Leis o suficiente para coibi-las.
Para prender alguém por tráfico de drogas não é necessário bloquinho de multa, apenas a boa vontade de uma abordagem policial. Insistir apenas na penalização gerada por um Lei de caráter ditatorial não vai reduzir o número de jovens que usam droga, não diminuirá o número de acidentes de trânsito, porque bêbado dirigindo é bêbado dirigindo em qualquer lugar, não resolverá em nada os problemas que são encontrados na avenida (e aumentados utilizando-se de números analisados toscamente).
Como diria Marcelo Resende, agora eu te pergunto, a preocupação do juiz, é que a atividade delegada trabalhe em toda a cidade, atacando os pontos realmente perigosos, ou que as viaturas (já cheguei a ver três na avenida, com ela quase vazia), fiquem apenas dando rolezinho para dizer que a vontade do homem da capa preta seja cumprida?
Esses questionamentos mostram exatamente as verdadeiras intenções com a proposição de uma Lei como essa, que como sempre tem apenas a finalidade de inflar os egos, mostrar poder e receber agradecimentos daqueles que os filhos nunca frequentam a avenida pois tem condição de ir aos “points maneiros” da cidade. Vendo tudo isso, será que não está na hora de organizarmos nossos rolezinhos, tipo, em algum bairro da cidade com cara de condomínio e bastante coisa verde?
Acho que não.
Quem sabe?
“Eu não aguento, eu não aguento
Eu não aguento, eu não aguento
É de noite é de dia, mão na cabeça e documento!”
