Seis anos após ser levada a leilão pela primeira vez, uma mansão com vista para o mar que pertenceu a Clodovil Hernandes está sem uso desde a morte do estilista em 2009 e corre o risco de ser demolida em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo.
Com sinais de abandono e deteriorado com o passar do tempo, o imóvel que chegou a ser avaliado em R$ 1,6 milhão está no centro de uma disputa judicial, que envolve a posse por uma moradora de Campinas (SP) e um pedido de demolição feito pelo Ministério Público.
O estilista, ator e apresentador Clodovil Hernandes morreu em 2009. Para pagar dívidas deixadas por ele, a Justiça autorizou que a mansão que pertenceu a ele fosse a leilão.
A primeira tentativa foi em 30 de novembro de 2017, mas não atraiu interessados. Só na terceira tentativa, no ano seguinte, é que o imóvel foi arrematado.
Thalita Daiane de Melo arrematou o imóvel com um lance de R$ 750 mil, mas nunca chegou a usufruir do espaço. Isso porque ela mesmo tentou anular o leilão após vencer o certame.
Na Justiça, a defesa dela chegou a dizer que Thalita comprou gato por lebre ao arrematar apenas o direito de uso da área, e não a propriedade do imóvel em si.
O pedido para anular o leilão foi negado e, neste ano, a Justiça ainda determinou que o direito para uso do imóvel fosse transmitido para Thalita.
Segundo a advogada Maria Hebe Queiroz, que representa o espólio de Clodovil, isso ainda não aconteceu porque o Ministério Público pediu a demolição total do imóvel. O pedido foi feito em 2021 e ainda não há uma decisão.
“O valor da arrematação encontra-se depositado em juízo e a posse ainda não foi transmitida para Thalita tendo em vista que um promotor solicitou a demolição da casa. Nós contestamos e não vamos demolir. É muito caro para demolir. A não ser que o poder público queira assumir as despesas”, explicou.
O g1 tenta contato com a compradora, Thalita Daiana de Melo, e seu advogado, José de Araújo, para entender se houve desistência do pedido de anulação do leilão e se há planos para a mansão, mas não teve retorno. A reportagem será atualizada caso eles se manifestem.
O Ministério Público também foi procurado, mas não se manifestou até a publicação.