O seguro contratado pelo Consórcio Via Amarela reserva R$ 20 milhões para indenizar famílias atingidas pelo desastre no metrô, disse ontem o secretário de Estado da Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey. O total da apólice contratada com a Unibanco-AIG é de R$ 1,3 bilhão, mas só essa parcela é destinada às indenizações civis.
Não há garantia de que o valor estipulado seja suficiente para as indenizações, tanto pelas casas afetadas como pelas mortes. “Se o seguro não der conta, eles [o consórcio] terão que botar a mão no bolso.”
De manhã, Serra já havia dito que, caso haja demora no pagamento do seguro, o governo assumirá o ônus. “As indenizações cabem ao consórcio. O Estado tem papel nisso, até porque, se houver demora, o Estado paga e desconta nos pagamentos ao consórcio.”
De manhã, o prefeito Gilberto Kassab (PFL) disse ter criado um grupo de trabalho para ajudar donos das casas atingidas. “Tenho dito para as seguradoras não brincarem com as famílias. Jogaremos todo o nosso peso, o peso político da Prefeitura de São Paulo, para que seja feita a justa indenização”, disse Kassab, em uma das mais duras declarações desde que assumiu, no início de 2006.
“E que a seguradora não brinque com as famílias, vai comprar uma briga enorme.”
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, a melhor forma de receber rapidamente a indenização é tentar um acordo. A disputa na Justiça pode se prolongar por mais de dez anos.