Bruno Covas Lopes (PSDB), 40, foi reeleito neste domingo (29) prefeito de São Paulo, para o mandato 2021-2024, confirmando o favoritismo apontado em pesquisas.
Mesmo derrotado, Guilherme Boulos (PSOL) ganhou projeção política como nome da esquerda por chegar ao segundo turno no maior colégio eleitoral do país, especialmente em meio ao enfraquecimento do PT de Lula, que não venceu em nenhuma capital brasileira.
A vitória de Covas, que era de vice de João Doria e assumiu o cargo em 2018, pode impulsionar o projeto do governador paulista para o Planalto em 2022 —apesar de este ter sido escondido da campanha municipal devido à sua alta taxa de rejeição.
Também consolida um dos fracassos simbólicos de Jair Bolsonaro nas eleições deste ano. O presidente, que trata Doria como um dos seus principais rivais, teve a maioria de seus candidatos derrotados já no primeiro turno, incluindo Celso Russomanno (Republicanos) em São Paulo.
Agora, Bolsonaro também viu Marcelo Crivella (Republicanos) sofrer ampla derrota no Rio para Eduardo Paes (DEM), Capitão Wagner (Pros) perder para Sarto (do PDT de Ciro Gomes) em Fortaleza e Delegado Federal Eguchi (Patriota) ser derrotado por Edmilson Rodrigues (PSOL) em Belém.
Na capital paulista, Covas reforçou neste domingo a promessa de cumprir os quatro anos de mandato, em meio a uma campanha marcada pela pressão sobre seu vice, Ricardo Nunes (MDB) , que é ligado a entidades gestoras de creches investigadas por supostas irregularidades.
O prefeito, que passa por tratamento contra um câncer, terá como uma das provas de fogo os desdobramentos da pandemia da Covid-19. Diante da alta de casos, a cidade de São Paulo poderá retroceder de fase no Plano SP contra a doença, com anúncio de medidas já nesta segunda-feira (30).
Após falha em aplicativo e atraso na divulgação dos resultados no primeiro turno, não houve grandes problemas tecnológicos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no segundo turno, que, com as mudanças de calendário em razão do novo coronavírus, foi o mais curto da história.
A alta taxa de ausências em meio à pandemia, porém, se repetiu. No primeiro turno das eleições, o Brasil registrou 23,14% de abstenções, o maior índice em pleitos municipais dos últimos 20 anos.
Agora, faltando pouco mais de 1% das urnas para ainda serem apuradas, o país registrava cerca de 29% de abstenções no segundo turno, o maior índice desde 1996. No segundo turno de 2016, foram 21,6% de abstenções e, em 2012, o índice foi de 19,1%.
Das 14 cidades que o PT disputou neste domingo (29), a vitória veio em apenas quatro: Juiz de Fora (MG), Contagem (MG), Diadema (SP) e Mauá (SP).
A candidata do PC do B à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela D’Ávila, perdeu de Sebastião Melo (MDB), em outra derrota da esquerda. Mesmo internado há 38 dias devido a complicações causadas por uma infecção de Covid-19, Maguito Vilela (MDB) venceu em Goiânia. Ele estava sedado neste domingo.