A Secretaria da Saúde de Catanduva gasta mensalmente R$ 300 mil com pagamento de horas extras aos funcionários da pasta. A informação é do secretário responsável pela pasta Rogério Keidel Spada.
Spada admite que o valor é muito alto, mas justifica a necessidade de os funcionários trabalharem além das cargas horárias.
“Desde a época do ex-secretário, o médico Renato Eugênio Macchione, e agora, durante a minha permanência à frente da pasta, o setor de saúde se expandiu muito. Essa expansão se deu tanto no atendimento básico quanto em programas e projetos implantados na secretaria”, explicou.
O primeiro fato apontado pelo secretário foi a decisão tomada no passado pela Fundação Padre Albino de realizar apenas os atendimentos de urgência e emergência.
“Antes disso, tinha muita gente que se dirigia aos hospitais da Fundação quando precisavam de algum atendimento. Como a Fundação deixou de prestar atendimento básico, precisamos equipar as nossas unidades para atender esses pacientes”, disse.
A abertura da unidade de saúde da Vila Soto nos finais de semana também é apontada pelo secretário como um dos motivos para o acúmulo de horas extras, além do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) ser chamado com freqüência para acompanhar eventos.
Spada contou que a Secretaria tem discutido com o Conselho Municipal da Saúde a implantação de um sistema de premiações para reduzir-se os gastos com horas extras.
Ponto Eletrônico
Outra medida que, segundo o secretário, possibilitará maior controle sobre as horas trabalhadas além da carga normal dos funcionários é o ponto eletrônico. “Além de passar o cartão, o funcionário tem que colocar o dedo no aparelho. O ponto eletrônico está funcionando em toda a rede desde a última segunda-feira. No próximo dia 15 terei o relatório eletrônico dos horários dos funcionários e poderei verificar a quantidade de horas extras e a necessidade delas”, concluiu.
Conselho investiga implantação do ponto eletrônico na Saúde
O Conselho Municipal da Saúde está acompanhando de perto o início da operação do sistema de ponto eletrônico que começou a funcionar em toda a rede de Saúde de Catanduva na última segunda-feira.
De acordo com o conselheiro representante dos usuários, Daniel Raimundo, houve denúncia de que no primeiro dia de funcionamento integral do sistema duas pessoas não teriam registrado os horários de trabalho no sistema eletrônico, mas sim nos livros de ponto, usados antes da instalação dos equipamentos eletrônicos.
“Recebi a denúncia, tenho os nomes das pessoas e vou solicitar o balanço do sistema para verificar se essas pessoas registraram o ponto na biometria. Se não registraram, discutiremos qual será a providência, pois a idéia do ponto eletrônico é boa, desde que seja válida para todos”, finalizou Raimundo.
