Se ficar comprovado que as cópias da carta de despedida deixada por L.F. foram feitas dentro da Central de Polícia de Jales, o autor será devidamente punido penal e administrativamente. Quem garante é o delegado seccional de Jales, Charles Wistom de Oliveira, responsável pela Polícia Civil em Jales e região. “É lamentável e totalmente inapropriado que uma peça do inquérito esteja circulando pelo aplicativo WhatsApp. Vamos abrir um procedimento investigatório para saber se a cópia foi feita por algum policial ou por terceiro. Se isso se comprovar, ele vai responder penal e administrativamente”.
A investigação será feita pela Corregedoria da Seccional e inclui averiguação sobre quem teve acesso ao objeto e depoimentos dos possíveis envolvidos. As punições administrativas vão desde a advertência, suspensão, multa e até demissão.
Na manhã de quarta-feira, a família do jovem registrou, na Central de Polícia, um Boletim de Ocorrência por difamação contra a divulgação da carta sem a sua autorização.
“Queremos justiça, que quem fez seja punido. Não queremos ganhar nada, apenas que a privacidade da nossa família seja respeitada”, disse uma parente.
PROVA
Funcionário da recepção da Santa Casa, o jovem L.F. de 23 anos, tirou a própria vida no final da manhã do último domingo, dia 29. Seu corpo só foi encontrado no final da tarde. Ele deixou uma carta de despedida aos familiares e o objeto foi recolhido pela Polícia Civil como parte do Inquérito Policial sobre o caso.
Charles esclareceu que o recolhimento de objetos que possam contribuir para o esclarecimento de um caso, como a carta, é um procedimento de praxe e absolutamente normal. Mesmo que inicialmente o caso aparente ser um suicídio, sempre que há uma morte, é aberto um inquérito para se apurar as circunstâncias e são recolhidas possíveis provas, que mais tarde, reforçarão a conclusão da investigação. “Trata-se de um procedimento normal. A carta serve de prova e pode corroborar a tese de suicídio, além de comprovar que a vítima não foi induzida. Mas não é a única prova. O local passa por perícia, a carta passa por exame grafológico, são ouvidas testemunhas ou familiares. Se houver antecedentes, ouvem-se também as pessoas que fizeram o atendimento anterior”.
Alexandre Ribeiro-Jornal A Tribuna