quinta-feira, 19 de setembro de 2024
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Se beber não use armas

Na semana passada uma jovem de apenas 18 anos foi morta em Fernandópolis em um atropelamento brutal. Ela estava próxima de uma rodovia que cruza a nossa cidade e foi…

Na semana passada uma jovem de apenas 18 anos foi morta em Fernandópolis em um atropelamento brutal. Ela estava próxima de uma rodovia que cruza a nossa cidade e foi atingida por um veículo que invadiu o acostamento sem explicações lógicas. Ela foi encaminhada até a Santa Casa, mas não resistiu e morreu. O homem que dirigia o veículo, segundo o noticiário local, dava sinais claros de embriaguês.

Para muitos esta notícia é rotineira, amanhã a mídia não vai mais falar sobre o assunto e tudo cai no esquecimento, ou seja, mais um que se foi. Parece normal ter que conviver com este tipo de notícia, mas para a família e a comunidade que convivia com a jovem o sentimento é de impunidade. Até quando vamos ter que assistir fatos semelhantes sem que haja uma reação que de fato possa trazer resultados práticos para a sociedade. Uma jovem com um futuro todo pela frente ter a sua vida retirada por um acontecimento que poderia ser evitado se existisse consciência e legislação.

O homem que a atingiu por certo não teve a intenção de matar, e também é uma vítima de todo o sistema. Ele e todos nós, todos os dias somos alvejados pela cultura de quem não bebe é excluído, alienado ou algum parecido. Temos que parecer forte e é através da bebida que principalmente o jovem se realiza.

A bebida alcoólica que vendida livremente, é uma droga lícita que tem roubado de muitos o direito de ser ele mesmo, ou ser autêntico. E muitas famílias têm sido destruídas pelo álcool e suas consequencias.

Há algumas semanas atrás eu tratei sobre esse assunto aqui e fui criticado por alguns. A cultura da embriaguês é muito forte e quando alguém toma uma iniciativa é criticado.

Em Fernandópolis o Padre Deoclides Lolis encabeçou neste mês uma reunião cujo objetivo era mostrar à importância de dar fim às festas open bar. O padre fez questão de chamar todas as forças vivas da cidade para falar sobre o aumento do consumo na mesma proporção em que diminui a faixa etária, ou seja, cada vez mais cedo o jovem começa a beber e isto tem sido forte em todas as camadas sociais. A preocupação tem sido justamente proteger o jovem e as conseqüências trágicas que podem trazer para eles e suas famílias.

O deputado Nilson Mourão (PT-AC), autor de um projeto de lei que proíbe a publicidade comercial de bebidas alcoólicas, nos veículos de comunicação, também está sendo duramente criticado. Este projeto vai contra os interesses de grandes grupos econômicos. Segundo ele, “o uso de estratégias de marketing combinadas com a psicologia vem servindo não apenas para vender determinados produtos, mas para criar um padrão de comportamento nos jovens, que identifica o produto a um estilo de vida idealizado”.

Quando foi proibida a propaganda de cigarro também houve muita polêmica e hoje colhemos os frutos da aversão que sociedade passou a ter pelo tabaco.

As estatísticas confirmam um número alarmante de mortes ligadas ao alcoolismo e bebida ao volante, e o que assusta é a importância zero que é dada ao assunto. Pelo contrário, a bebida é olhada como uma forma de liberdade e reverenciada por muitos como uma forma de estímulo à economia, enquanto vidas se perdem. Para a família a perda de uma vida, um sonho, para os que pensam as leis e decidem sobre o assunto, nada mais que um mais um número na estatística.

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