A Secretaria Estadual da Saúde divulgou na sexta-feira, 18, uma nota sobre a definição de surtos de covid-19 em escolas que contraria o que vinha dizendo a Educação do próprio Estado de São Paulo. Recomenda que a instituição seja fechada após dois casos da doença que tenham frequentado, por exemplo, o mesmo refeitório.
O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, disse ao Estadão que foi surpreendido pela recomendação e não participou da discussão no governo.
“Infelizmente gostaria de ter participado desse debate porque todas as pesquisas mostram que escola é um lugar seguro e não há o mesmo tipo de restrição a outros lugares.” A regra vale para escolas particulares, estaduais e municipais.
O presidente do departamento de infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Marco Aurélio Sáfadi, também criticou a decisão. “Se for utilizar esse critério, em 15 dias todas as escolas estão fechadas”, afirmou. Segundo ele, as medidas “não são apropriadas para o momento epidemiológico” no Estado.
A Secretaria de Saúde do governo João Doria informou em nota que “mantém discussão sobre o tema com técnicos da Secretaria de Educação para o detalhamento para os ambientes escolares”. Depois que a reportagem foi publicada online, a secretaria afirmou que “2 casos não fecham a escola, podem chegar a fechar um ambiente, como uma sala, por exemplo”. Detalhou ainda, dizendo que “o contato precisa estar próximo, em uma mesa por exemplo” do refeitório e que cada situação será avaliada pela Vigilância Sanitária.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.