A Secretaria de Saúde de Fernandópolis anunciou que não utilizará o “fumacê” como estratégia de combate ao aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. A decisão foi confirmada pelo diretor de Saúde, Eberte Gonçalves Temponi, assessor direto do Secretário José Martins Pinto Neto, em entrevista à equipe da SECOM.
O fumacê é um método que atinge apenas uma pequena parte dos mosquitos adultos que estão em voo no momento da aplicação. No entanto, não age sobre ovos e larvas, o que permite a continuidade do ciclo de vida do Aedes. Como resultado, o impacto do fumacê no controle efetivo da população do mosquito é limitado e temporário, não sendo suficiente para conter surtos ou epidemias de forma sustentável.
Além da baixa eficácia, o fumacê representa sérios riscos ao meio ambiente. O uso de inseticidas químicos compromete o equilíbrio ecológico ao afetar não apenas os mosquitos, mas também outros insetos benéficos, como abelhas e borboletas, essenciais para a polinização. Há, ainda, a possibilidade de contaminação do solo, da água e do ar, contribuindo para problemas ambientais mais amplos.
Os riscos à saúde humana também são preocupantes. A exposição ao fumacê pode provocar irritação nos olhos, pele e vias respiratórias, além de náuseas e, em casos mais graves, crises alérgicas ou intoxicação, principalmente, em crianças e idosos.
Diante desses fatores, especialistas recomendam o abandono dessa prática em favor de abordagens mais modernas e eficazes, como a eliminação de criadouros, o uso de métodos biológicos de controle e a conscientização da população. Essas alternativas, além de mais seguras, são ambientalmente responsáveis e promovem um controle sustentável do aedes aegypti.
A Secretaria de Saúde de Fernandópolis também está em busca de novas estratégias junto ao Estado e ao Ministério da Saúde, a fim de combater o mosquito de forma sustentável, minimizando riscos à saúde pública e ao ecossistema local.