quinta, 14 de novembro de 2024
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Saúde de Jales vai promover orientações e vacinação contra Hepatite

A Prefeitura de Jales, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, juntamente com o Rotary Clube de Jales e o Rotary Club de Jales Grandes Lagos, vão promover, ao longo…

A Prefeitura de Jales, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, juntamente com o Rotary Clube de Jales e o Rotary Club de Jales Grandes Lagos, vão promover, ao longo do mês de fevereiro, diversas orientações para a população sobre a Hepatite A. Além disso, um evento sobre o tema, com vacinação contra a Hepatite A, voltado para um público específico, será realizado no sábado, dia 24 de fevereiro, das 8h às 12h, no Núcleo Central de Saúde.

A Hepatite A é uma infecção causada pelo vírus A da hepatite (HAV) – “hepatite infecciosa”. A maioria dos casos é de característica benigna, mas pode aumentar a letalidade conforme a idade avançada. De acordo com o médico infectologista da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Jales, Dr. Maurício Kenzo, a transmissão da hepatite A é fecal-oral (contato de fezes com a boca). A doença tem grande relação com alimentos ou água de fontes suspeitas, baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal (OMS, 2019). Outras formas de transmissão são o contato pessoal próximo (intradomiciliares, pessoas em situação de rua ou entre crianças em creches), contato sexual (especialmente em homens que fazem sexo com homens – HSH).

A estabilidade do vírus da hepatite A (HAV) no meio ambiente e a grande quantidade de vírus presente nas fezes dos indivíduos infectados contribuem para a transmissão. Crianças podem manter a eliminação viral até 5 meses após a resolução clínica da doença. No Brasil e no mundo, há também relatos de casos e surtos que ocorrem em populações com prática sexual anal, que propicie o contato fecal-oral (sexo oral-anal) principalmente.

Geralmente, quando presentes, os sintomas são inespecíficos, podendo se manifestar inicialmente como fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. Esses sintomas iniciais podem ser seguidos de sintomas gastrointestinais como enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia.

O médico Dr. Maurício ressaltou que “a presença de urina escura ocorre antes do início da fase onde a pessoa pode ficar com a pele e os olhos amarelados (icterícia). Os sintomas costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção e duram menos de dois meses. O diagnóstico da infecção atual ou recente é realizado por exame de sangue, no qual se pesquisa a presença de anticorpos anti-HAV IgM (infecção inicial), que podem permanecer detectáveis por cerca de seis meses”.

É possível também fazer a pesquisa do anticorpo IgG para verificar infecção passada ou então resposta vacinal de imunidade. De qualquer modo, após a infecção e evolução para a cura, os anticorpos produzidos impedem nova infeção, produzindo uma imunidade duradoura. “Não há nenhum tratamento específico para hepatite A. O mais importante evitar a automedicação para alívio dos sintomas, vez que, o uso de medicamentos desnecessários ou que são tóxicos ao fígado podem piorar o quadro. O médico saberá prescrever o medicamento mais adequado para melhorar o conforto e garantir o balanço nutricional adequado, incluindo a reposição de fluidos perdidos pelos vômitos e diarreia. A hospitalização está indicada apenas nos casos de insuficiência hepática aguda (OMS, 2018a)”.

Colaboram na prevenção da Hepatite A, ações como lavar as mãos (incluindo após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos); lavar com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos; cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes; lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras; usar instalações sanitárias; no caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária; não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto; evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios; usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais.

No evento do dia 24 de fevereiro, no Núcleo Central de Saíde, “das 8 horas às 12 horas, estaremos orientando as pessoas que passarem pela unidade, sobre a Hepatite A, sintomas, vacina, entre outros aspectos da doença. Além disso estaremos vacinando grupos específicos e as pessoas também poderão atualizar a caderneta de vacinação, caso esteja com alguma vacina em atraso. Por isso convidamos todos para participar”, ressaltou a secretária de Saúde, Nilva Gomes Rodrigues de Souza.

Sobre a vacina

A vacina contra o vírus da Hepatite A é altamente eficaz e segura sendo a principal fonte de prevenção contra a infecção. A gestação e a lactação não representam contraindicações para imunização. Atualmente, faz parte do calendário infantil, no esquema de 1 dose aos 15 meses de idade (podendo ser utilizada a partir dos 12 meses até 5 anos incompletos – 4 anos, 11 meses e 29 dias).

É importante que os pais, cuidadores e profissionais de saúde estejam atentos para garantir a vacinação de todas as crianças.

Além disso, a vacina está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), no esquema de 2 doses – com intervalo mínimo de 6 meses – para pessoas acima de 1 ano de idade com as seguintes condições: Hepatopatias crônicas de qualquer etiologia, inclusive infecção crônica pelo HBV e/ou pelo HCV; pessoas com coagulopatias, hemoglobinopatias, trissomias, doenças de depósito ou fibrose cística (mucoviscidose); pessoas vivendo com HIV; pessoas submetidas à terapia imunossupressora ou que vivem com doença imunodepressora; candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de transplantes, ou transplantados de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea); doadores de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea), cadastrados em programas de transplantes.

Vale ressaltar que a vacina contra a Hepatite A para pessoas até 59 anos, suscetíveis, sem comorbidades, está no calendário da Sociedade Brasileira de Imunização, e é oferecida pela rede particular.

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