Outubro foi o melhor mês de 2008 para doação de órgãos no Estado de São Paulo. Dados da Secretaria da Saúde apontam que foram registrados 47 doadores viáveis (com pelo menos um órgão aproveitado para transplante), contra média de 35 nos meses anteriores. Em setembro houve 34 doações.
A secretaria relaciona o aumento do ato voluntário com a intensa divulgação do caso da jovem assassinada em Santo André, cujos órgãos foram doados pela família. Após o episódio, o número de pessoas abordadas que autorizaram a doação subiu 62,6%. A média normal é 50%.
“O impacto do noticiário foi realmente expressivo. Evidentemente não há estudo sobre essa relação direta de causa e efeito, mas os números certamente indicam que as pessoas ficaram mais sensibilizadas à doação”, avalia o coordenador da Central de Transplantes, Luiz Augusto Pereira.
Neste ano, os hospitais do Estado de São Paulo também notificam mais potenciais doadores de órgãos – os pacientes com diagnóstico de morte encefálica (cerebral).
De janeiro a agosto, a secretaria contabilizou 1.502 possíveis doadores, o maior número em dez anos. Em 2007, no mesmo período, houve 1.256 notificações de potenciais doadores de órgãos, contra 1.068 no ano anterior.
São Paulo é o Estado que mais realiza transplantes no Brasil. Os hospitais paulistas são responsáveis por cerca de 50% de todas as cirurgias desse tipo realizadas no País.