quinta, 14 de novembro de 2024
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São Paulo produz veneno artificial de cobra em laboratório

A secretaria de Estado da Saúde acaba de dar o passo decisivo para um feito inédito: produzir em laboratório, artificialmente, o veneno da jararaca, uma das espécies de cobras mais…

A secretaria de Estado da Saúde acaba de dar o passo decisivo para um feito inédito: produzir em laboratório, artificialmente, o veneno da jararaca, uma das espécies de cobras mais comuns do Brasil. A nova técnica dispensa a necessidade de extrair o veneno da própria serpente.

Foram cinco anos de pesquisa no Instituto Butantan, órgão da secretaria. Os profissionais do Butantan desenvolveram uma metodologia que possibilita o cultivo da célula secretora do veneno da jararaca, tudo em laboratório.

Atualmente, para a extração da substância, é necessário pegar o animal com as mãos e apertar as glândulas. Um trabalho que, além de perigoso, por vezes rende apenas uma gota do veneno.

Com a nova técnica será possível produzir veneno em grandes quantidades, auxiliando na produção de soro, bioprospecção e na pesquisa para desenvolvimento de novos medicamentos.

O impacto ambiental também será positivo, já que a produção in vitro evitaria a necessidade de criar serpentes em cativeiro. As cobras utilizadas hoje para extração de veneno não podem ser devolvidas à natureza.

A experiência desenvolvida no Butantan com jararaca poderá ser realizada com qualquer outra cobra, o que tornará possível a produção artificial de veneno até com as espécies mais raras.

O próximo passo será padronizar uma cultura de células secretoras e “imortalizá-las”, ou seja, fazer com que se reproduzam indefinidamente, o que tornará possível a obtenção de veneno em larga escala, com a mesma qualidade da substância extraída pelo método convencional.

“Será uma grande conquista na área da ciência. A nova metodologia permite ampliar o trabalho de pesquisa e certamente contribuirá para reduzir a mortalidade das espécies de cobras, muitas delas ameaçadas de extinção”, afirma o diretor do Instituto Butantan, Otávio Mercadante.

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