sábado, 28 de dezembro de 2024
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Santas Casas da região fazem paralisação nesta segunda-feira

Seis hospitais públicos da região de Rio Preto paralisarão o serviço de cirurgias e atendimentos eletivos, que não são urgentes, durante esta segunda-feira. As Santas Casas de Fernandópolis, Olímpia, Jales,…

Seis hospitais públicos da região de Rio Preto paralisarão o serviço de cirurgias e atendimentos eletivos, que não são urgentes, durante esta segunda-feira.

As Santas Casas de Fernandópolis, Olímpia, Jales, Votuporanga, Novo Horizonte e Santa Fé do Sul aderiram à manifestação da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), que instituiu o dia 8 de abril como data de alerta para a situação financeira das unidades de saúde. A principal queixa é quanto ao valor repassado para os procedimentos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com o provedor de Santa Casa de Olímpia, Mário Montini, a paralisação do serviço é uma forma de alertar a população de que os hospitais precisam de mais atenção por parte do governo. “O valor repassado pelo SUS é irrisório. Não dá nem para pagar o custo básico do atendimento oferecido. Isso faz com que não sobre dinheiro para investir no hospital e afeta diretamente a população.”

Com uma dívida de R$ 1,19 milhão, a unidade de Olímpia fechou o pronto-socorro, que atendia até 15 mil usuários por mês. “Não tem como pagar um quadro de funcionários e comprar material necessário, quando se está no vermelho”, diz o provedor. O presidente do Conselho Deliberativo da Santa Casa de Jales, José Luis Socorro, afirma que o hospital só consegue fechar as contas no fim do ano devido ao auxílio que recebe por parte da população. “Sempre estamos realizando leilões, jantares e eventos beneficentes para angariar fundos, pois se fôssemos depender somente do valor repassado pelo sistema, logo teríamos que fechar as nossas portas.”

Socorro afirma que ninguém será prejudicado com a paralisação dos serviços eletivos (não urgentes). “Todas as consultas foram remarcadas e os médicos serão remanejados para atender no setor de urgência e emergência, que funcionará normalmente. Em nenhum momento estamos querendo prejudicar os pacientes, estamos lutando para melhor atendê-los.”

A Santa Casa de Rio Preto funcionará normalmente na segunda-feira. De acordo com o provedor, Nadim Cury, a paralisação beneficia somente os hospitais de grande proporção. “Todo o sistema de saúde está com problema, isso não é novidade para ninguém. Por mais que sejamos a oitava Santa Casa do País, o resultado dessa paralisação não chega até nós e muito menos até a Dilma.”

A Santa Casa de José Bonifácio também não aderiu à manifestação. “Somos a favor da reivindicação do aumento no valor de repasse do SUS, mas estamos estabilizando o serviço eletivo, que não era prestado há muito tempo. Paralisar o atendimento só iria dificultar o nosso trabalho”, explica o provedor André Luiz Lazaro Capobianco.

O Diário da Região publicou, no dia 24 de fevereiro, reportagem que mostrou a situação de 27 hospitais públicos da região, que somam dívidas de R$ 181,5 milhões. Esse rombo é decorrente de impostos não pagos, empréstimos bancários, salários atrasados e calotes em fornecedores de medicamentos e de materiais hospitalares.

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